Morales pede desculpas por caso do “taser”, mas acusa imprensa de desordem

Cidade do Panamá, 11 abr (EFE).- O presidente da Bolívia, Evo Morales, pediu “desculpas” neste sábado devido a um incidente envolvendo um jornalista e um segurança na VII Cúpula das Américas, mas afirmou que a imprensa atuou de forma desordenada.

“Desculpas, mas não é responsabilidade de Evo”, disse Morales aos jornalistas na sala de imprensa da reunião que ocorre no Panamá desde sexta-feira.

O governante disse que o incidente envolveu um dos agentes de segurança que, segundo relatos de testemunhas consultadas pela Agência Efe, atacou neste sábado com um “taser” (arma elétrica) um cinegrafista que cobria a chegada de Morales à sede da cúpula. Para Morales, o fato foi consequência da forma como a imprensa agiu.

“Não deixavam (os jornalistas e cinegratistas) passar”, os comunicadores “não podem andar pelos corredores incomodando o presidente”, opinou.

Apesar do incidente, Morales agradeceu ao governo do Panamá pela segurança oferecida aos líderes.

Ao longo da manhã, em meio do habitual tumulto de jornalistas que se forma à espera da chegada dos líderes, um membro do comitê de segurança do líder boliviano atirou com uma pistola elétrica em um cinegrafista de um canal local.

Imediatamente, os colegas presentes se jogaram em cima do atirador, o que provocou a intervenção do corpo de segurança do local.

As queixas entre os profissionais que cobrem a reunião de chefes de Estado ocorreram nos corredores da sede da cúpula, o centro de convenções Atlapa, e pelas redes sociais. Devido à repercussão, o chefe de segurança panamenho precisou explicações sobre o incidente.

Desde cedo, centenas de jornalistas faziam longas filas nas portas do centro de convenções para driblar as severas medidas de segurança.

Segundo os organizadores, há cerca de 5.000 agentes de segurança na capital panamenha e aproximadamente 2.000 jornalistas credenciados para cobrir a reunião. EFE