Morales pede fim da destruição da Terra ao ser investido como líder indígena

  • Por Agencia EFE
  • 21/01/2015 15h48
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Tiahuanaco (Bolívia), 21 jan (EFE).- O presidente da Bolívia, Evo Morales, defendeu nesta quarta-feira o fim da “louca corrida de destruição da Terra em nome do desenvolvimento”, após ser investido como líder indígena em um ritual nas ruínas pré-colombianas de Tiahuanaco, situadas a cerca de 71 quilômetros de La Paz.

Perante presidentes, vice-presidentes e representantes de vários países, Morales defendeu a Mãe Terra – ou Pachamama – em seu discurso durante a cerimônia na qual recebeu os símbolos do poder indígena.

Os rituais aconteceram na véspera de seu juramento oficial perante o Congresso boliviano em La Paz, um ato que dará início a seu terceiro mandato consecutivo, até 2020.

“Este mundo já não pode suportar tanto sobredesenvolvimento. Em nome da modernidade os países industrializados estão sobreindustrializando e isso tem um custo para o planeta Terra. Estamos indo rumo à destruição de nosso planeta”, advertiu.

Morales acrescentou que não há primeiro, nem segundo, nem terceiro mundo, mas um só “pelo qual todos somos responsáveis” e afirmou que defender a natureza não é questão de raças nem de cores.

“Não é a cor da minha cara o que vai te matar. O que vai te matar é a cor da água que toma, o cheiro do ar que respira”, comentou Morales em seu discurso.

O líder também defendeu a necessidade de que o ser humano restabeleça sua relação de equilíbrio com a natureza e destacou a importância dos povos indígenas do mundo nesse propósito.

As cerimônias desta posse indígena começaram com uma “limpeza” do governante efetuada por sábios da cultura aimara, que lhe acompanharam pelos locais mais simbólicos de Tiahuanaco para invocar o apoio das deidades andinas.

Morales, que governa a Bolívia desde 2006, participou dos rituais vestido com um gorro e uma túnica especial, com iconografias talhadas em ouro e inspirada nos trajes cerimoniais do antigo império pré-colombiano de Tiahuanaco, cujo centro religioso recebeu os atos de hoje.

Cerimônias similares foram realizadas em janeiro de 2006 e de 2010 neste centro arqueológico, também no início dos primeiros dois mandatos de Morales.

Entre os presentes na cerimônia estiveram os presidentes da Costa Rica, Luis Guillermo Solís, e de Trinidad e Tobago, Anthony Carmona.

Também participaram os vice-presidentes da Argentina, Amado Boudou; de Belarus, Viktor Sheiman; do Peru, Marisol Espinoza, e o secretário-geral da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), o colombiano Ernesto Samper, entre outros convidados. EFE

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