Morre aos 92 anos Jim Wright, ex-presidente da Câmara Baixa dos EUA

Austin (EUA.), 6 mai (EFE).- O ex-presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos Jim Wright morreu nesta quarta-feira aos 92 anos em Fort Worth, no Texas.

Wright foi durante 34 anos (18 mandatos) como congressista do Partido Democrata pelo Texas (1955-1989) e, entre 1987 e 1989, foi presidente da Câmara dos Representantes, cargo ao que renunciou após um escândalo.

O político texano foi um dos mais firmes opositores ao intervencionismo do governo do presidente Ronald Reagan (1981-1989) na América Central e, particularmente, na Nicarágua, onde os EUA impulsionaram os grupos insurgentes contra o governo do Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSNL).

Wright participou das negociações que puseram fim à guerra civil no país centro-americano e permitiram a realização de eleições democráticas.

Em seu livro autobiográfico publicado após a renúncia, em 1989, Wright acusou o setor mais conservador do Partido Republicano de orquestrar sua queda política por ter participado dessas negociações de paz.

“Ao que me diz respeito, repetiria tudo o que fiz. A cada manhã me olho no espelho e sorrio”, escreveu em suas memórias.

Wright renunciou à presidência da Câmara dos Representantes após um ano de investigações sobre 69 possíveis violações de normas éticas do Congresso, embora ele sempre tenha negado as acusações.

Em comunicado, o presidente americano, Barack Obama, lamentou a morte de Wright e destacou seu “trabalho incansável para promover a paz na América Central”, assim como sua “paixão pelo investimento em infraestruturas”.

“Era um líder comprometido e um orgulhoso veterano da Segunda Guerra Mundial que dedicou grande parte de sua vida a servir o país”, acrescentou Obama.

Filho de um boxeador e de uma descendente da aristocracia inglesa, Wright se alistou na Força Aérea e combateu no front do Pacífico.

Depois de retornar aos Estados Unidos, foi eleito representante estadual pelo Texas e prefeito de Weatherford antes de iniciar sua carreira em Washington. EFE