Morre em Miami Juan Reinaldo Sánchez, ex-guarda-costas de Fidel Castro

  • Por Agencia EFE
  • 26/05/2015 19h05

Miami, 26 mai (EFE).- O cubano Juan Reinaldo Sánchez, que foi guarda-costas do comandante Fidel Castro por 17 anos, morreu na segunda-feira em Miami aos 66 anos, confirmou nesta terça-feira a editora que publicou seu livro sobre a vida privada do líder da revolução cubana.

“Nossas condolências mais sinceras aos seus familiares e amigos”, assinalou a Edições Península, editora espanhola que lançou em 2014 o livro “A face oculta de Fidel Castro”, escrito pelo tenente-coronel Reinaldo Sánchez.

Esta biografia, escrita pelo guarda-costas junto com o jornalista francês Axel Gyldén, se transformou em um testemunho excepcional da vida pública e privada de Fidel.

O homem que acompanhou diariamente Fidel entre 1977 e 1994 descreveu a vida de “luxo e conforto” que, atrás da fachada de “falsa austeridade”, cultivava e escondia o ditador comunista.

Reynaldo Sánchez, nascido em Havana, em 1949, foi preso em Cuba após anunciar sua aposentadoria e, assim que recuperou a liberdade, em 1996, tentou fugir pelo menos dez vezes da ilha, e só conseguiu em 2008.

O ex-guarda-costas de Fidel descreve as 20 residências privadas distribuídas por toda a ilha que o ex-presidente tem, seu luxuoso iate, o “Aquarama II”, e a casa de repouso que possui em Cayo Piedra, uma pequena ilha no sudeste de Cuba que é um “paraíso para milionários”.

“Fidel Castro deu a entender que a Revolução não deu a ele respiro, nenhum prazer; que ignorava e desprezava o conceito burguês de férias. Mentia”, afirmou Sánchez no livro.

Ele confessou ter cometido o “erro” de dedicar a primeira parte de sua vida a proteger “a de um homem dominado pela febre do poder absoluto e pelo desprezo ao povo cubano”.

“Mais que sua ingratidão sem limites (a de Fidel) com os que o serviram, reprovo sua traição, porque traiu a esperança de milhões de cubanos”, foram as últimas palavras de Reinaldo Sánchez no livro.

No final da obra o ex-guarda-costas questionou “por que os heróis (das revoluções) se transformam sistematicamente em tiranos piores do que os ditadores aos que combateram?”. EFE

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