Morre ex-ministro saudita de Relações Exteriores, Saud al-Faisal

  • Por Agencia EFE
  • 09/07/2015 17h46
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Riad, 9 jul (EFE).- O ex-ministro de Relações Exteriores da Arábia Saudita, Saud al-Faisal, morreu nesta quinta-feira aos 75 anos, pouco mais de dois meses após ter deixado o cargo por motivos de saúde, informou o porta-voz da chancelaria, Usama Nugali.

Al-Faisal, que foi substituído em 29 de abril pelo antigo embaixador em Washington, Adel al Yobeir, após 40 anos no posto, foi o ministro das Relações Exteriores que mais tempo esteve no cargo em todo o mundo.

Em mensagem em sua conta oficial no Twitter, Nugali afirmou que ele “teria gostado de desmentir o rumor de sua morte também desta vez”.

“Que Deus te receba com sua grande misericórdia”, acrescentou Nugali, que não informou as causas da morte.

No entanto, a imprensa saudita afirmou que o ex-ministro morreu em decorrência do mal de Parkinson.

Al-Faisal nasceu em 1940 na cidade de Al Taif, no oeste da Arábia Saudita, e se formou em Economia na universidade de Princeton em 1964.

Em seu retorno à Arábia Saudita, trabalhou na companhia geral de petróleo e minas, Petromin, e nomeado vice-diretor para os assuntos de planejamento em 1970.

Após um tempo como conselheiro econômico no Ministério do Petróleo, foi nomeado subsecretário desse departamento em 1971.

Em 13 de outubro de 1975 o então rei Khaled bin Abdulaziz, o nomeou ministro das Relações Exteriores.

Nestes 40 anos de serviço à frente da diplomacia saudita, Al- Faisal foi testemunha de várias crises perto das fronteiras de seu país, como a guerra entre Iraque e Irã (1980-1988).

Neste conflito, a Arábia Saudita apoiou o Bagdá para tentar conter as tentativas de Teerã de expandir sua recente revolução islâmica, de doutrina xiita, aos países da região.

Além disso, Al-Faisal viveu de perto a primeira guerra do Golfo Pérsico (1990-1991), que explodiu por causa da ocupação do exército iraquiano no Kuwait em 1990.

A Arábia Saudita recebeu as tropas americanas em seu território para se proteger das ameaças do ditador iraquiano, Saddam Hussein, e libertar o território kuwaitiano.

Nos últimos anos à frente do Ministério de Relações Exteriores, Al-Faisal realizou esforços para achar soluções para a delicada estabilidade dos vários países da região, como Síria e Iêmen, assim como para repelir o aumento da influência iraniana, o principal rival regional da Arábia Saudita no mundo árabe.

Al-Faisal falava vários idiomas, entre eles turco, inglês, francês e hebraico, e era pai de seis filhos. EFE

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