Morre militar uruguaio Gregorio Álvarez, ditador entre 1981 e 1985
O tenente-general Gregorio Álvarez, militar e ditador do Uruguai entre 1981 e 1985, morreu nesta quarta-feira em Montevidéu aos 91 anos, confirmaram à Agência Efe fontes oficiais.
Álvarez, que havia sido condenado e preso como coautor de diversos casos de homicídio ocorridos em 1978, estava internado em um hospital há várias semanas devido a graves problemas de saúde.
Em meados de 2015, Álvarez sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) e em dezembro de 2016 um infarto do miocárdio, motivo pelo qual foi internado no Hospital Central das Forças Armadas de Montevidéu, onde morreu.
Filho e neto de generais, o ex-ditador ingressou na Academia Militar Nacional em 1940, na qual se graduou como oficial do Regimento de Cavalaria.
Após ter perdido grande parte do apoio das Forças Armadas para continuar com o regime ditatorial, negociou um cronograma eleitoral que terminou com as eleições legislativas e presidenciais de novembro de 1984 vencidas por Julio María Sanguinetti, do Partido Colorado.
Álvarez estava entre os 14 uruguaios que estavam sendo julgados pela Promotoria de Roma desde 2015 no que ficou conhecido como “Processo Condor”, que julga a morte e o desaparecimento de italianos na Operação Condor na América Latina nas décadas de 1970 e 1980.
Por esses incidentes, a Promotoria de Roma pediu prisão perpétua a 27 pessoas, sendo duas bolivianas, sete chilenas, quatro peruanas e 14 uruguaios.
A justiça realiza este processo em primeira instância desde 12 de fevereiro de 2015 e o caso foi aberto após mais de dez anos de investigação do promotor italiano Giancarlo Capaldo.
A Operação Condor foi um plano idealizado pelo general chileno Augusto Pinochet e que coordenou a repressão da oposição política nas décadas de 1970 e 1980 por parte, sobretudo, dos regimes ditatoriais de Chile, Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Bolívia.
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