Morre Ruby Dee, ícone do ativismo racial nos palcos, no cinema e na vida

  • Por Agencia EFE
  • 12/06/2014 21h53
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Nova York, 12 jun (EFE).- A atriz americana Ruby Dee, presente em títulos clássicos do cinema de temática racista como “O Sol Tornará a Brilhar” (1961) até “Febre da Selva” (1991) e “O Gângster” e firme ativista política, morreu em Nova York aos 89 anos, informou nesta quinta-feira o “Ney York Times”.

Ruby Ann Wallace, nascida 27 de outubro de 1924 em Cleveland, Ohio, morreu ontem de morte natural na cidade de New Rochelle, no interior do estado de Nova York. Ela foi um dos fios condutores do teatro e do cinema afro-americano.

A atriz conseguiu uma indicação ao Oscar já octogenária por interpretar a apavorante mãe de Denzel Washington em “O Gângster”, de Ridley Scott, em 2007, e nesse mesmo ano recebeu um Grammy de melhor álbum falado, por sua gravação “With Ossie and Ruby: In This Life Together”, sua autobiografia conjunta com seu segundo marido, o também ator Ossie Davis, morto em 2005.

Dee, que também foi poeta, dramaturga, roteirista, jornalista e ativista durante sete décadas, tinha atuado na primeira peça escrita por uma escritora negra, “O Sol Tornará a Brilhar”, de Lorena Hansberry em 1959, e depois dividiu as telas com Sydney Poitier na adaptação para o cinema dois anos depois.

Seu compromisso político a fez estar presente na marcha revolucionária de Martin Luther King Jr. em 1963, quando o ativista fez o histórico discurso “I Have a Dream)”, a lutar contra o apartheid na África do Sul, a ser amiga pessoal de Malcolm X e a denunciar os abusivos empréstimos dos bancos do Harlem, em Nova York.

Ganhadora dos prêmios Drama Desk Awards por “Boeasman and Lena” (197) e “Wedding Band” (1973) e do Emmy de coadjuvante em “Decoration Day” (1991), tinha sido citada no domingo passado nos Tony nos discursos de agradecimento de Audra McDonald e Kenny Leon, ambos ligados à produção teatral de “O Sol Tornará a Brilhar” e nesta sexta-feira as luzes de Broadway baixarão para homenageará.

Dee também se tornou a primeira atriz negra a protagonizar uma obra no American Shakespeare Festival, ao interpretar Cordelia em “O Rei Lear” (1965).

Já nos anos 80 e 90, participou de vários filmes de Spike Lee, como “Febre da Silva” e “Faça a Coisa Certa” (1989) e, mais recentemente, protagonizou um espetáculo de monólogos intitulado “My One Good Nerve: A Visit With Ruby Dee”. EFE

msc/cd

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