Morre ultradireitista espanhol e defensor do franquismo Blas Piñar

  • Por Agencia EFE
  • 28/01/2014 17h57
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Madri, 28 jan (EFE).- O ultradireitista espanhol e fundador do partido Força Nova, Blas Piñar, morreu nesta terça-feira em sua residência de Madri aos 95 anos.

Com isso, a extrema-direita espanhola perde sua máxima referência na defesa do franquismo depois da morte do ditador Francisco Franco.

Blas Piñar foi eleito deputado em 1979 por Madri no mesmo Parlamento democrático que repudiou.

Da sua cadeira votou “não” a todos os Estatutos de Autonomia aprovados para as regiões espanholas, e foi testemunha do assalto do guarda civil golpista Antonio Tejero ao Congresso dos Deputados em 23 de fevereiro de 1981.

Esteve ativo politicamente até 2011, quando concorreu às eleições municipais por Toledo com a formação política Alternativa Espanhola (AES).

Sua filha Valle se tornou continuação do seu legado político, e foi candidata à Prefeitura de Madri naquelas eleições com o mesmo partido, herdeiro de Força Nova.

Seu filho Blas destacou nesta terça-feira o orgulho que a família sente pela trajetória de seu pai. O político tinha oito filhos, 60 netos e 70 bisnetos.

Nascido em Toledo em 1918, filho de pai militar, Blas Piñar foi membro destacado de Ação Católica, exerceu como notário até sua aposentadoria. Em 1966, quatro anos após abandonar a direção do Instituto de Cultura Hispânica, inaugurou na prática sua carreira política ao presidir a Junta de Fundadores da revista Força Nova.

Quatro anos antes de morrer, Franco nomeou Piñar, na época com 58 anos, conselheiro nacional do Movimento – sobre os princípios em que se fundou o regime franquista – e procurador nos Cortes, desde onde, após a morte do ditador, votou contra do Projeto de Lei de Associações Políticas e da Reforma Política que impulsionou Adolfo Suárez.

De forma paradoxal, a mesma lei de Associações Políticas à qual se opôs foi a que aproveitou para fundar seu partido Força Nova, do qual foi líder até sua dissolução em 1982 e que ressuscitou sob o nome de Frente Nacional em 1986, em plena etapa de maioria absoluta do partido socialista (PSOE) de Felipe González a frente do governo.

Sua cadeira no Congresso entre 1979 e 1982 foi o único posto de representação institucional que obteve durante a democracia, já que fracassou em sua tentativa de ser senador por Toledo em 1977 e europarlamentar em 1987 e 1989. EFE

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