Morre Xu Caihou, ex-número dois do exército chinês investigado por corrupção
Pequim, 16 mar (EFE).- O general reformado Xu Caihou, número dois do exército da China entre 2004 e 2012, atualmente investigado por corrupção em um dos maiores escândalos da história das forças armadas do país, morreu neste domingo aos 71 anos vítima de um câncer de bexiga, informou nesta segunda-feira a agência “Xinhua”.
Xu, o militar de maior patente já investigado pela justiça chinesa, foi detido em março de 2014 após meses de conjecturas sobre seu possível envolvimento em subornos em troca de promoções no exército, embora já houvesse rumores de que sofria uma grave doença que impediria seu processo.
A procuradoria militar chinesa informou que, com a morte de Xu, e de acordo com a Lei de Procedimento Criminal, o processo contra ele será extinto, mas continuarão investigando os lucros ilegais do ex-general.
Xu tinha sido expulso do Partido Comunista da China em junho do ano passado, e pouco depois a revista chinesa “Phoenix Weekly” revelou que tinha amealhado mediante subornos uma enorme fortuna em dinheiro e pedras preciosas que guardava no porão de sua casa.
Segundo a publicação, esse “tesouro” que teria sido obtido ilicitamente foi encontrado durante a revista da casa e dez caminhões militares foram necessários para apreendê-lo.
O processo contra Xu faz parte da ampla campanha anticorrupção iniciada pelo presidente da China, Xi Jinping, após sua chegada ao poder, em 2013, e se trata de um dos casos mais destacados, pois com ele os líderes comunistas querem mostrar que nem o influente exército está acima da lei.
As Forças Armadas chinesas, as maiores do mundo em número de militares, mais de dois milhões de soldados, são uma instituição com grande poder político, mas também empresarial no país asiático.
O também conhecido Exército de Libertação Popular (ELP) é um dos maiores promotores imobiliários da China, tem grandes interesses em setores como arte, meios de comunicação, mineração e inclusive esporte, e até ano passado parecia fora do controle dos órgãos anticorrupção.
Os processos e penas contra altos oficiais do ELP são raros, mas não algo inédito, e já em 2006 o então vice-almirante da Armada chinesa Wang Shouye recebeu uma condenação à morte suspensa (na prática uma prisão perpétua) por desvio. EFE
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