Mortalidade infantil continua diminuindo, mas não o suficiente, diz ONU

  • Por Agencia EFE
  • 17/09/2014 01h59

Nações Unidas, 16 set (EFE).- Diferentemente do Brasil que, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), considera como mortalidade infantil óbitos no primeiro ano de vida, a Organização das Nações Unidas (ONU) calcula essa taxa considerando crianças de até cinco anos e nela o total continua caindo no mundo todo e reduziu 49% desde 1990, segundo dados publicados nesta terça-feira pela instituição.

As mortes de menores de cinco anos alcançaram em 2013 os 6,3 milhões no mundo todo, 200 mil a menos do que no ano anterior e quase a metade das registradas em 1990. No entanto, o progresso não é suficiente e a ONU pede mais atenção aos primeiros dias de vida dos recém-nascidos. O objetivo global da organização é reduzir em dois terços a mortalidade infantil entre 1990 e 2015.

A maior parte dessas mortes, segundo o relatório apresentado pelas Nações Unidas e pelo Banco Mundial, se deve a causas evitáveis, por isso estas organizações consideram que existe um enorme potencial para reduzir esses números. Especialmente, elas pedem os esforços no cuidado dos recém-nascidos, pois 44% das mortes são registradas no primeiro mês de vida e estes falecimentos não se reduziram ao mesmo ritmo do que os das crianças de mais idade.

Segundo o Fundo das Nações Unidas para Infância (Unicef), a maior parte desses casos poderia ser evitado com intervenções “simples e rentáveis” e a experiência demonstra que os países pobres também podem dar resposta ao problema, pois muitos deles alcançaram grandes avanços.

A América Latina, o norte da África e a Ásia oriental, de fato, já alcançaram o objetivo de reduzir em mais de dois terços a taxa de mortalidade infantil, segundo o relatório. Os maiores problemas seguem sendo registrados na África Subsaariana, onde a taxa caiu quase à metade, mas continua quase 15 vezes acima da registrada nos países desenvolvidos.

Como exemplo, o relatório assinala que as chances de uma criança nascida em Angola – o país com piores dados – morrer antes dos cinco anos é 84 vezes maior do que as de uma que nasça em Luxemburgo, o estado com uma taxa menor.

No mundo, Índia e Nigéria representam mais de um terço do total de mortes infantis a cada ano. As principais causas dos falecimentos ainda são as complicações durante a gravidez (17%), a pneumonia (15%), problemas durante o parto (11%), a diarreia (9%) e a malária (7%). Segundo os dados da ONU e suas agências, a desnutrição contribui para quase a metade das mortes de menores de cinco anos.

“Houve um progresso espetacular e cada vez mais rápido na redução da mortalidade entre as crianças Os dados demonstram que o sucesso é possível, inclusive para os países pobres”, destacou em comunicado o responsável dos programas de Saúde do Unicef, Mickey Chopra.

“Sabemos o que fazer e como fazer. O desafio agora é passar do plano para a ação”, salientou a diretora geral adjunta da Organização Mundial da Saúde (OMS), Flavia Bustreo. EFE

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