Moscou e Kiev se comprometem a trabalhar por distensão e cessar-fogo
Berlim, 2 jul (EFE).- Os ministros das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, e da Ucrânia, Pavlo Klimkin, se comprometeram nesta quarta-feira em Berlim a trabalhar conjuntamente para conseguir uma distensão do conflito ucraniano e alcançar um cessar-fogo durável e respeitado por todas as partes envolvidas.
“Conseguimos este acordo perante a situação explosiva que se vive na Ucrânia”, afirmou o chefe da diplomacia alemã, Frank-Walter Steinmeier, na presença de seus colegas russo e ucraniano, assim como do francês Laurent Fabius, após a reunião realizada por iniciativa do governo de Berlim.
Até que se materialize essa trégua “será preciso dar muitos passos ainda”, acrescentou o ministro alemão, enquanto Lavrov destacava os “dramáticos eventos ocorridos” nos dois últimos dias, em alusão à ofensiva empreendida pela Ucrânia no sudeste do país.
Em seu comparecimento conjunto perante a imprensa, os quatro ministros insistiram em falar de “compromisso” e um “princípio de acordo”, assim como na necessidade de empreender um diálogo, embora sem concretizar os termos em que se propõem a alcançá-lo.
De acordo com o documento emitido ao término da reunião, o primeiro objetivo é abrir negociações até o próximo sábado, nas quais se deverá conseguir um cessar-fogo durável e respeitado por ambas partes.
A Rússia se compromete, por sua parte, a “contribuir” ao estabelecimento de controles fronteiriços com a parte ucraniana, sempre e quando se tenha estabelecido e verificado uma cessação das hostilidades.
Os trabalhos de verificação e vigilância do cessar-fogo ficarão a cargo da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE), embora também precise ser esclarecido em que termos acontecerá essa função.
A reunião em Berlim entre os quatro ministros aconteceu por iniciativa de Steinmeier, depois que Kiev deu por terminado o cessar-fogo mantido de forma unilateral durante dez dias e retomou uma grande ofensiva contra os separatistas pró-russos.
Tanto Lavrov como Klimkin lamentaram a nova escalada de violência dos últimos dias, enquanto Steinmeier pressionava às partes confrontadas a manter o “diálogo construtivo” conseguido nessa primeira reunião em Berlim para conseguir que “esses bons propósitos se tornem realidades duradouras e sólidas”. EFE
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