Mossad nega ser contra imposição de mais sanções contra Irã
Jerusalém, 22 jan (EFE).- O serviço de espionagem israelense Mossad negou nesta quinta-feira que se oponha à imposição de mais sanções contra o Irã por seu programa nuclear, em um comunicado pouco frequente divulgado para afastar qualquer suposta divergência com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.
“O chefe do Mossad, Tamir Fredo, reuniu-se em 19 de janeiro de 2015 com uma delegação de senadores americanos a pedido destes e com a autorização do primeiro-ministro”, segundo a nota de imprensa divulgada pela imprensa israelense.
Nesta reunião, “o chefe do Mossad ressaltou a extraordinária efetividade das sanções aplicadas contra o Irã para levar o país para a mesa de negociações”, acrescentou o comunicado.
O serviço secreto disse ainda que Fredo não expressou divergências com Netanyahu, o que contraria matéria divulgada hoje pelo canal americano “Bloomberg”.
A emissora, citando fontes da agência de espionagem, afirmou que o Mossad atuou no Congresso e entre membros do governo americano para impedir novas sanções contra Teerã.
As supostas diferenças entre o Mossad e Netanyahu foram motivo de um novo desencontro entre o governo israelense e a administração do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Fontes israelenses acusaram o governante americano de ter vazado a informação “como vingança” pelo polêmico convite que o Partido Republicano fez a Netanyahu.
O dirigente israelense foi convidado pelo presidente da Câmara dos Representantes, o republicano John Boehner, para apresentar em 11 de fevereiro a postura de Israel sobre as negociações do grupo 5+1 com o Irã e o fenômeno da radicalização islâmica.
A Casa Branca considerou o convite uma “violação de protocolo” e disse que em um caso como este o normal é que o convidado coordene sua chegada com o Poder Executivo.
Mesmo assim, Netanyahu confirmou oficialmente que aceita o convite, mas transferiu a data de sua apresentação para março.
Na terça-feira, em seu discurso do “estado da União”, Obama disse ao Congresso dos EUA que, se novas sanções forem aprovadas contra o Irã, isto “praticamente garantirá que a diplomacia fracasse” e abrirá um caminho para a “guerra”. EFE
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