Mossul, no norte do Iraque, é tomada pelos jihadistas do EIIL
Bagdá, 10 jun (EFE).- O grupo jihadista Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL) tomou o controle completo de Mossul, a segunda maior cidade do Iraque e capital da província de Ninawa, após dias de combates, anunciou nesta terça-feira o governador provincial Azil al Nuyefi.
O governador explicou à emissora de televisão “Al Hadaz” que as forças do Exército iraquiano sofreram “uma grande derrota” e se retiraram sem oferecer resistência de algumas áreas da cidade.
Mossul, localizada a 400 quilômetros ao norte de Bagdá, tem mais de 1,5 milhão de habitantes, a maioria árabes sunitas, mas conta com um extenso número de minorias religiosas e étnicas, como curdos, turcomanos e cristãos assírios.
As tropas abandonaram a luta no setor oriental da cidade, entre eles alguns comandantes do alto escalão vindos de Bagdá há poucos dias, segundo Nuyefi.
Os combatentes do EIIL também tomaram o aeroporto internacional de Mossul e o quartel militar Al Gazalani, no sul da cidade.
Segundo a imprensa local, os jihadistas também libertaram presos que estavam detidos em penitenciárias e delegacias por crimes de terrorismo.
O governador de Ninawa, irmão do presidente do Parlamento, Osama al Nuyefi, pediu ontem a formação de comitês populares para defender as áreas residenciais dos membros do EIIL.
“O primeiro que vai pegar em armas para defender Mossul e seus habitantes sou eu, permanecerei na cidade e não a abandonarei”, disse o responsável com um fuzil na mão em imagens divulgadas pela televisão.
Por outro lado, uma fonte de segurança informou à Agência Efe que o EIIL também tomou o controle da parte oriental da cidade de Al Sharqat, na província de Salah ad-Din.
As províncias de Ninawa e Salah ad-Din, de maioria sunita, são alvo de uma ofensiva dos jihadistas desde a última quinta-feira, que já causou centenas de mortos.
Ontem, pelo menos 16 agentes de segurança morreram em um ataque suicida no oeste de Mossul, enquanto 25 civis morreram em dois atentados na cidade de Al Tuz, em Salah ad-Din.
A ofensiva do EIIL também teve repercussão na província ocidental de Al-Anbar, reduto dos jihadistas no Iraque, onde fizeram centenas de reféns no último sábado na universidade de Ramadi.
A origem do EIIL é o chamado Estado Islâmico do Iraque, uma aliança de organizações radicais nascida sob o auspício da Al Qaeda em território iraquiano, em outubro de 2006, durante a ocupação americana.
Em abril de 2013, o Estado Islâmico do Iraque acrescentou ao seu nome “e do Levante” e anunciou que começava a operar também na Síria, o que colocou o grupo em rota de colisão com a cúpula da Al Qaeda, que pede que as ações do mesmo sejam limitadas ao Iraque.
O objetivo desse grupo, que tem práticas mais extremas inclusive que as da Al Qaeda e é responsável por vários atentados, sequestros e execuções, é criar um emirado islâmico na Síria e no Iraque. EFE
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