Moulay Rachid, irmão do rei e solteiro mais cobiçado do Marrocos, se casa

  • Por Agencia EFE
  • 13/11/2014 18h40

Rabat, 13 nov (EFE).- Diziam que Moulay Rachid, irmão do rei Muhammad VI, era o “solteiro de ouro” do Marrocos, mas nesta quinta-feira este cobiçado príncipe com fama de “bom vivant” se casa com uma jovem praticamente desconhecida, pondo fim aos suspiros de uma legião de candidatas à princesa.

Aos 44 anos, um pouco velho para se casar no mundo árabe e muçulmano, Moulay Rachid – segundo na linha sucessória depois do filho do monarca, o príncipe herdeiro, Moulay Hassan – se une a Oum Keltoum Boufares, uma bela jovem de longos cabelos escuros, pele clara e 17 anos a menos que ele.

Oum, como é conhecida nos círculos mais próximos, também tem sangue real. Ela é prima de segundo grau de Moulay Rachid. O avô do príncipe, o rei Mohammed V, e Lalla Jadiya, avó da jovem, eram irmãos.

Rabat amanheceu toda decorada, com pequenas luzes nas árvores das avenidas principais e bandeirolas com a coroa alauita sobre os postes de luz, para celebrar o mais importante casamento da monarquia marroquina desde o do rei Muhammad VI com Lalla Salma em 2002.

Os hotéis estão todos cheios e grupos de músicos tradicionais de diferentes partes do país desfilaram desde ao meio-dia pela Avenida Moulay Hassan I, que conduz ao Palácio Real de Rabat.

A cerimônia deste casal de “chorfa” (os que teriam descendência direta do profeta Maomé) deve ser acompanhada por mais de mil convidados, incluídos membros de várias casas reais estrangeiras.

O anúncio do casamento chegou de surpresa em junho e, desde então os marroquinos passaram a fazer apenas uma pergunta: Quem é Oum Keltoum Boufares?

Ela foi sendo conhecida através da imprensa, e assim se soube que a jovem, discreta e muitíssimo bem educada, é filha de Mamoun Boufares, alto cargo do “majzen” (como se conhece o entorno de poder do Palácio), que trabalhou no Ministério do Interior e trilhou sua carreira política principalmente em Marrakech.

Foi nesta cidade que Oum Keltoum, que tem duas irmãs mais velhas, passou sua infância e adolescência até ir estudar na European Business School (EBS) em Paris, destino da maior parte das jovens burguesas marroquinas.

Em 2012, a jovem começou a namorar o príncipe, fã de golfe, equitação e caça, os mesmos esportes do pai, Hassan II, de quem era o filho predileto.

Como é tradição, o casamento durará três dias e seguirá os códigos clássicos marroquinos: O primeiro dia é dedicado à henna. Oum e suas convidadas mais especiais tatuam as mãos e os pés, e o namorado entrega presentes para sua futura esposa, e os outros dias são de banquetes e bailes.

Como é da tradição da monarquia alauita, o próprio rei Muhammad VI celebrará os três dias de cerimônia do casamento de seu irmão, de quem é muito próximo.

Há 12 anos, no dia de seu casamento, o rei Muhammad VI, aos 38 anos, rompeu uma tradição que renovou e mudou a imagem da monarquia.

Foi a primeira vez que os marroquinos foram testemunhas, através da imprensa, de seu casamento, e ele mostrou pela primeira vez na história do país o rosto da esposa de um monarca alauita, até então confinadas nos muros de Palacio.

Desta vez os marroquinos, um povo amante e devoto de sua monarquia, também serão testemunhas, com a transmissão pela televisão, de um casamento real com a mais pura tradição oriental. EFE

mmp/cd

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