Movimentos sociais fazem manifestação por moradias no centro do Rio

  • Por Agência Brasil
  • 15/04/2015 13h39
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Rio de Janeiro - Diversos movimentos populares que lutam pela reforma urbana promovem uma manifestação pela função social da propriedade e da cidade, em defesa do direito à moradia e contra o ajuste fiscal. Tânia Rêgo/Agência Brasil Manifestação pró moradia e contra o ajuste fiscal

Movimentos populares fazem manifestação, no centro do Rio, em defesa do direito à moradia, pela função social da terra e contra o ajuste fiscal proposto pelo governo federal. O encontro dos manifestantes teve início no Largo da Carioca, de onde saíram em passeata até o prédio do Ministério da Fazenda, no centro. Lá, o grupo, se juntou a outros participantes e ocupou, pacificamente, o hall de entrada do ministério. Eles foram acompanhados pelos seguranças do edifício.

O ato foi organizado pela Central dos Movimentos Populares (CMP), pela Confederação Nacional das Associações de Moradores (Conam), pelo Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB),  Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM) e pela União Nacional por Moradia Popular (União).

A coordenadora estadual do MNLM, Maria de Lourdes Lopes, conhecida como Lourdinha Lopes, criticou a destinação de investimentos federais repassados ao Rio. “Os investimentos que têm vindo se concentram em uma diretriz de valorizar o solo para a especulação imobiliária, de remover e tirar os pobres daquele lugar”, comentou em entrevista à Agência Brasil.

Entre os locais onde estariam ocorrendo essa ação, Lourdinha destacou projetos no Porto Maravilha, na Vila Autódromo, na Comunidade do Horto, no Metrô Mangueira e no Campinho. “Se investe em construção de grandes vias para a Copa e as Olimpíadas, em parques olímpicos, mas para isso tiram as pessoas que moram ali e levam para qualquer lugar e ninguém sabe para onde”, analisou. 

A coordenadora disse que os movimentos querem que a presidente Dilma Rousseff se encontre com os representantes para discutir a plataforma de reforma urbana. Para ela, é preciso colocar um freio nos instrumentos que incentivam e inflam a especulação imobiliária e fazer avançar a democratização da cidade como controle do solo urbano, a destinação dos imóveis de uso público e privado. 

“Queremos que pare essa política de remoção nacional, ou que no mínimo o governo federal retire os seus investimentos dos municípios e estados que têm uma política sistemática de remover os pobres”, indicou.

Lourdinha Lopes destacou que a plataforma de busca da moradia não defende nem a saída nem a permanência da presidente Dilma Rousseff no cargo.

“Nosso lado é o dos direitos, da igualdade, da justiça. É o lado que a gente acredita que seja da esquerda, que é onde cabem todos que queiram partilhar”, disse.

O coordenador nacional da CMP, Marcelo Edmundo, destacou que a destinação de imóveis da União para fins sociais representa uma luta antiga. Ele acrescentou que no Rio, depois de muitas tentativas, foram liberados dois terrenos na Gamboa, zona portuária da cidade.

“A gente vai construir 116 apartamentos. Estamos há sete anos com um grupo que fez pelo menos uma reunião por mês preparando o projeto, que já está pronto. Na semana que vem, vamos assinar com a Caixa Econômica o financiamento. Vamos ter 116 famílias de baixa renda em uma área muito valorosa. É uma vitória do movimento”, disse à Agência Brasil.

Na avaliação da coordenadora Nacional da União Nacional por Moradia Popular, Jurema da Silva Constancio, a liberação dos imóveis da União para a instalação de projetos de moradias populares é muito lenta. “Tem famílias aqui que já estão há dez anos na fila esperando. A cada momento chega de 30 a 40 famílias novas também revindicando a moradia e a gente não tem as moradias para oferecer.”

A coordenadora destacou que um dos fatores para o aumento da procura de moradia é a inclusão de jovens. “Hoje tem muito jovem se casando muito cedo. O objetivo dele é ter logo a sua moradia. Tem grupos organizados se propondo a fazer este trabalho e eles estão se filiando para que tenham mais direito a conquistar a moradia o mais rápido possível só que não sai tão rápido assim”, explicou.

Jurema da Silva Constancio adiantou que no dia 1º de maio será entregue um projeto que vem sendo analisado há 16 anos. Neste dia 70 famílias receberão o certificado de conclusão das moradias na antiga Colônia Juliano Moreira, na Taquara, Jacarepaguá, zona oeste do Rio. Segundo a coordenadora, este é o primeiro Projeto de Mutirão no âmbito do Programa Minha Casa, Minha Vida Entidades no Rio de Janeiro.

O ato de hoje terminou nas escadarias da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), para onde os manifestantes seguiram depois de deixarem o prédio do Ministério da Fazenda. Segundo a coordenadora Nacional da União Nacional por Moradia Popular, Jurema Constancio,  a concentração no Largo da carioca reuniu 200 manifestantes. Na chegada a Alerj, de acordo com a coordenadora, o movimento contava com a participação de 600 a 800 pessoas.  Não havia Policias Militares no local para informar o número de  manifestantes.

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