MP-SP pede condenação de ex-secretário e mais 7 por abandono de 26 trens do Metrô

  • Por Estadão Conteúdo
  • 11/07/2016 16h33
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SÃO PAULO, SP, BRASIL, 24-09-2013, 15h00: O Secretário de Transportes Metropolitanos de São Paulo, Jurandir Fernandes, presta esclarecimentos na Assembléia Legislativa de São Paulo sobre licitações e contratos firmados com a empresa Siemens, especialmente em relação às denúncias feitas pela empresa ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). (Foto: Marcelo Camargo/ABr) Marcelo Camargo/Agência Brasil MP acusa ex-secretário dos Transportes Metropolitanos de Alckmin

O Ministério Público de São Paulo entrou na Justiça com ação de improbidade administrativa contra Jurandir Fernandes, ex-secretário de Estado dos Transportes Metropolitanos do Governo Alckmin, pelo suposto abandono de 26 trens da Linha 5-lilás do Metrô comprados em 2011 ao preço de R$ 615 milhões. Também são acusados o Metrô e outros 7 investigados, entre eles cinco ex-presidentes da companhia e o atual, Paulo Menezes Figueiredo. A Promotoria cobra dos alvos da ação R$ 799 milhões

Segundo o promotor Marcelo Milani, autor da ação distribuída ao Fórum da Fazenda Pública da capital, a compra dos trens foi realizada para equipar a linha 5 – lilás do Metrô, que ligará o extremo da zona sul de São Paulo a outras linhas, linha 1- Azul, e também a linha 2-verde.

A denúncia foi revelada pelo repórter Walace Lara, da TV Globo.

O ponto central da demanda, segundo o promotor, é a definição da bitola dos trens- “largura determinada pela distância medida entre as faces interiores das cabeças de dois trilhos em uma via férrea”.

“Outras ações tomadas pelos demandados demonstram a total incúria administrativa deles e do Metrô; qual seja, entendeu a empresa, quando da definição da bitola que comporia os trens que seriam utilizados na linha 5 – lilás deveria ser a de 1,372mm e como tal os carros foram fabricados”, relatou.

“No entanto, já existe um trecho da linha 5 – lilás em operação comercial com trens fabricados pela Alstom (multinacional francesa), mas que possuem bitolas de 1,435 mm, chamada de tradicional ou universal”, afirma o promotor.

Para Marcelo Milani, “a escolha, revela o total desprezo pela coisa pública, eis que, a mesma linha 5 – lilás do Metrô tem trens com bitolas diferentes; qual seja os trens que partem num sentido do trajeto devem ser trocados por outros”.

“Ainda sobre a questão, vale apontar que as linhas 1,2 e 3 do Metrô tem bitola grande e os trens da linha 4 e parte da linha 5 tem bitola tradicional e a nova parte da linha 5 outra bitola, revelando assim ser impossível a completa integração das linhas em manifesto prejuízo ao erário e principalmente a população usuária, tendo em vista que na situação atual nunca ocorrerá a total integração das linhas do Metrô”, apontou o promotor.

Além do ex-secretário Jurandir Fernandes, são acusados o ex-diretor de planejamento e expansão dos transportes metropolitanos Laércio Mauro Biazotti, o ex-gerente de concepção e projetos de sistemas no Metrô David Turbuk, cinco ex-presidentes do Metrô Sérgio Henrique Passos Avelleda (12 de janeiro de 2011 a 03 de abril de 2012), Jorge José Fagali (12 de agosto de 2008 a 11 de fevereiro de 2011), Peter Berkely Bardram Walker (19 de abril de 2012 a 05 de junho de 2013), Luiz Antonio Carvalho Pacheco (10 de junho de 2012 a 11 de março de 2013), Clodoaldo Pelissioni (14 de março de 2015 a 04 de setembro de 2015) e o atual presidente da companhia, Paulo Menezes Figueiredo (desde 04 de setembro de 2015).

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