MSF alerta sobre situação crítica dos civis iraquianos em zonas de conflito

  • Por Agencia EFE
  • 24/09/2014 11h56
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Genebra, 24 set (EFE). – A situação de mais de dois milhões de pessoas que vivem em zonas em conflito no Iraque é desesperadora e alarmante, e o pior é que elas não fazem parte dos assuntos prioritários nos fóruns internacionais que tentam resolver a crise iraquiana, disse nesta quarta-feira Bruno Jochum, diretor-geral de Médicos sem Fronteiras (MSF).

Em entrevista coletiva, Jochum, que acaba de voltar do Iraque, manifestou que a crise no país “está sendo tratada em termos geopolíticos e não em termos humanitários”, e advertiu do perigo de ocorrer uma catástrofe humanitária no país.

“No âmbito sanitário a situação é alarmante”, afirmou, por sua vez, Gustavo Fernández, responsável de MSF no Iraque.

Fernández alertou que epidemias podem surgir com muita facilidade nessas áreas de conflito, dada à situação de precariedade total, falta de água corrente e saneamento.

“O problema é que se surgem, não saberemos até que estejam muito estendidas. Nós, como outros agentes humanitários, não temos acesso a essas regiões”.

As zonas às que se referem são eminentemente as controladas pelos jihadistas do Estado Islâmico (EI) “onde agora, por razões de segurança, não podemos entrar”, explicou Fernández. No entanto, em outras regiões onde MSF tem acesso, como o Curdistão iraquiano, o problema é a enormidade das necessidades.

“Estamos falando de 900 mil pessoas que vivem em edifícios abandonados ou escolas, que compartilham 20 latrinas para cinco mil pessoas. Nossos dados já mostram um aumento nas últimas três semanas dos casos de diarreia, infecções na pele e de problemas gastrintestinais”, advertiu Fernández.

Perante esta situação, os dois responsáveis de MSF pediram à comunidade internacional mais compromisso com os civis.

O EI proclamou um califado no final de junho na Síria e no Iraque, onde conquistou amplas partes do território. EFE

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