Muçulmanos britânicos pedem “civismo”

  • Por Agencia EFE
  • 08/02/2015 16h49
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Londres, 8 fev (EFE).- Milhares de muçulmanos britânicos se manifestaram neste domingo no centro de Londres contra os atentados de janeiro em Paris, mas também para pedir “civismo” e que não façam caricaturas com a figura de Maomé.

Os manifestantes -convocados pelo Fórum de Ação Muçulmana, que diz que quer defender o islã de forma pacífica- entregaram um pedido ao Downing Street, sede do governo britânico, assinada por 100 mil pessoas e na qual reivindicam “civismo global”.

Com cartazes a favor da urbanidade e que expressavam “o amor a Maomé”, os presentes condenaram os ataques de Paris, mas pediram respeito rumo ao que os muçulmanos consideram sagrado.

Em um folheto repartido pelo Fórum, “lamentam profundamente” os atentados contra a revista satírica francesa “Charlie Hebdo” e os posteriores, com 17 vítimas mortais, e assinala que “violam as leis do Islã”.

No entanto, segundo a organização, a “insultante” publicação por parte dessa revista de caricaturas de Maomé, que no Islã não pode ser representado graficamente, “são uma dura recordação” de que a liberdade de expressão” é utilizada regularmente para insultar personalidades que outros consideram sagradas”.

O pedido entregue ao 10 de Downing Street -residência oficial do primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron- reivindica “civismo global” e ressalta que as caricaturas de Maomé são “uma afronta às normas de uma sociedade civilizada”.

Um porta-voz do Fórum, Shaykh Tauqir Ishaq, disse em discurso perante os presentes que “os perpétuos erros de extremistas, sejam assassinos a sangue frio ou expressionistas incivilizados, não podem ser o caminho de uma sociedade civilizada”.

“A maioria das pessoas que amam a paz devem gritar para promover o civismo global e um debate responsável. Nestes momentos de alta tensão e emoção, é crucial que as duas partes mostrem contenção para prevenir mais fatos deste tipo”, argumentou.

Outro representante, Shaykh Noor Siddiqi, disse que “os atos dos meios de comunicação do Reino Unido, que não publicaram essas caricaturas, são muito apreciados pelos muçulmanos britânicos”.

“Esperamos que esta contenção e respeito mútuo leve em última instância a uma sociedade harmoniosa”, declarou.

As principais organizações muçulmanas do Reino Unido condenaram os atentados de Paris, mas criticaram também a publicação das charges e caricaturas sobre o profeta. EFE

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