Mudanças na desoneração podem causar 150 mil demissões, diz presidente da Abimaq
O relator da matéria sobre o projeto de lei que trata da desoneração da folha de pagamento, Leonardo Picciani (PMDB-RJ), afirmou nesta terça-feira (16) que preservará no seu texto a desoneração apenas em quatro setores da economia – transportes, parte da cesta básica, comunicação social e call center.
Em entrevista a Jovem Pan, o presidente da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), Carlos Pastoriza declarou que a decisão é uma “estupidez monumental”. Segundo ele, a proposta do relator vai contra a lógica e aumentará fortemente o imposto, acarretando assim na demissão de 150 mil funcionários no setor de máquinas.
“O que vai acontecer com esses desmandos é que nosso setor vai dispensar, se isso for concretizado, 150 mil trabalhadores até o final do ano e vai começar assim que for promulgada essa lei. O total de demissões é maior que todos os empregados de toda a indústria automobilística brasileira somados”, declarou.
Pastoriza disse ainda que a desoneração da folha foi a “gota que fez extravasar esse vaso de indignação que o empresariado brasileiro industrial está sentindo em relação aos desmandos e barbaridades que estão acontecendo uma atrás da outra”. Para ele, o que árece é uma tentativa de “matar a economia brasileira”.
Questionado se não existiriam outras alternativas para as demissões, como férias coletivas, bancos de horas, redução de jornada, suspensão temporária de contrato e/ou redução de salários, o presidente da Abimaq negou.
“Chegou num limite. Não havendo investimentos, nós não vendemos. O próximo passo, se essa lei sair vai ser a pá de cal e nós vamos perder um terço dos nossos funcionários só no setor de máquinas e equipamentos. Está absolutamente tóxico, venenoso, o ambiente no Brasil para se produzir qualquer coisa que precise de manufatura”, finalizou.
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