Mufti saudita diz que correria em Meca esteve fora do controle humano
Riad, 26 set (EFE).- O Grande Mufti da Arábia Saudita e máxima autoridade religiosa muçulmana do país, xeque Abdul Aziz Al-Sheikh, disse que as causas da correria em Meca que na quinta-feira deixou 717 mortos estiveram fora do controle humano.
Segundo informou neste sábado a agência saudita de notícias “SPA”, em reunião ontem à noite com o príncipe herdeiro Mohammed bin Nayef, o clérigo disse ao também ministro do Interior “que o governo saudita não é responsável pelo ocorrido”, já que “os assuntos que o ser humano não pode controlar não devem ser criticados”.
“Os senhores fizeram o que estava em suas mãos e de acordo com suas capacidades”, acrescentou Al Sheikh, também presidente do Conselho dos Grandes Ulemás.
O clérigo acrescentou que “enquanto as pessoas seguirem dando voltas na Grande Mesquita (um dos ritos da peregrinação) e rezarem a seu ao redor, o mundo terá certeza a da paz”.
Um dos ritos da peregrinação muçulmana à cidade santa saudita de Meca ou “hajj” consiste em dar sete voltas na “Caaba”, construção em forma de cubo que guarda em seu interior “a pedra negra”, considerada pelos muçulmanos um pedaço arrancado do paraíso.
As autoridades sauditas continuam com a investigação do ocorrido enquanto há cruzamento de acusações sobre os responsáveis pela tragédia, sobretudo entre sunitas, confissão majoritária na Arábia Saudita, e xiitas, de maior presença no Irã.
Uma correria de fiéis muçulmanos nos arredores da cidade saudita de Meca deixou na quinta-feira 717 mortos e 863 feridos, na pior tragédia na peregrinação para a cidade santa do islã ou “hajj” desde 1990, quando morreram 1.426 pessoas.
A peregrinação a Meca é um dos cinco pilares do islã, junto à “shahada” (profissão de fé), a esmola, a oração e o jejum no mês do Ramadã. EFE
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