Mujica diz que Raúl Castro decidiu deixar a presidência de Cuba

  • Por Agência EFE
  • 08/02/2016 19h06
EFE Raúl Castro Discursa em Assembleia

O ex-mandatário uruguaio José Mujica (2010-2015) disse que o presidente de Cuba, Raúl Castro, de 84 anos, “já tem a decisão tomada” de deixar a presidência do país por causa de sua idade.

“Fidel (Castro) saiu do governo. E se foi faz tempo. E Raúl vai sair, já tem a decisão tomada e tem 85 anos (completa em junho). Por quê? Porque com a biologia não se pode competir e é preciso respeitá-la porque é determinante”, garantiu em uma entrevista ao jornal uruguaio “La República” divulgada nesta segunda-feira.

O ex-mandatário uruguaio esteve recentemente em Cuba em uma visita na qual falou tanto com Fidel como com Raúl Castro.

Além disso, Mujica, de 80 anos, descartou concorrer às eleições presidenciais que serão realizadas em seu país em 2019 já que considera que as exigências físicas do cargo nesse momento vão ser “grandes”, indicou.

“Nessa altura da vida tenho que querer viver um pouco mais. Se me imponho responsabilidades que sei que fisicamente são grandes e vão me esgotar, a única coisa que estou é precipitando o dia em que vou para o cemitério”, destacou.

Apesar disso, o hoje senador manifestou que “adoraria” ser candidato nas próximas eleições presidenciais, mas ressaltou que para isso “teria que ter alguns anos a menos”.

“Adoraria se pudesse, mas estou convencido de que não posso. Tenho 81 anos (completa em 20 de maio) e aos 85 não sei como vou estar”, afirmou.

Em outubro Mujica anunciou que em abril de 2016 deixará seu posto como legislador, embora tenha dito que isso não quer dizer que abandonará “a política” já que exercerá o papel de “homem de diálogo” para “ajudar” no que puder.

Na entrevista publicada nesta segunda-feira, o ex-mandatário também falou de como considera que está afetando o vice-presidente do país sul-americano, Raúl Sendic, a situação da companhia petrolífera estatal Ancap, alvo de uma investigação parlamentar por seu milionário déficit e ao comando da qual esteve entre 2008 e 2013.

“No fundo há uma campanha eleitoral antecipada e matar (politicamente) Sendic parece que é muito importante para a oposição, e não sei se para alguém mais”, disse.

Esse pensamento coincide com o do próprio vice-presidente uruguaio, que em janeiro disse à publicação “Búsqueda” que considera que, em virtude das críticas recebidas por sua gestão na Ancap, a oposição e parte do Governo querem afundá-lo politicamente.

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