Mulá Mansur garante que não haverá represálias e pede normalidade em Kunduz

  • Por Agencia EFE
  • 28/09/2015 23h43

Cabul, 28 set (EFE).- O chefe dos talibãs afegãos, o mulá Mansur, garantiu nesta segunda-feira que não haverá represálias contra os membros das forças de segurança que se renderem e pediu à população que siga sua vida com normalidade em Kunduz, após os insurgentes ocuparem a maior parte desta cidade do noroeste do Afeganistão.

“Os talibãs vieram com uma mensagem de perdão e irmandade”, disse o líder insurgente em comunicado no qual afirmou que não haverá castigo para “aquelas forças de segurança que deponham suas armas ou estejam escondidas na cidade” nas zonas agora sob seu controle.

Mansur acrescentou que os comerciantes e os empregados públicos “devem começar seu trabalho normal sem nenhuma preocupação e nem medo”, já que os insurgentes respeitarão as propriedades e “a dignidade” dos cidadãos.

Os atacantes tomaram a maior parte da estratégica Kunduz, a primeira cidade que conseguiram conquistar desde a queda do regime talibã em 2001, em uma ofensiva que deixou pelo menos 35 mortos e 54 feridos.

As forças de segurança afegãs aguardam reforços terrestres e aéreos para lançar um contra-ataque e a maioria do pessoal de organizações internacionais e não-governamentais foi evacuado, incluída a missão das Nações Unidas no Afeganistão (Unama).

A capital provincial está em sua maior parte sem provisão energética e nem telecomunicações e os insurgentes entraram em imóveis nos quais destruíram televisores e reprodutores musicais, segundo relataram à Efe residentes em Kunduz.

A cidade já tinha sido atacada em abril, quando os insurgentes chegaram a controlar uma área, mas foram expulsos pelas forças de segurança.

A ofensiva ocorre um dia antes do primeiro aniversário no poder do governo de unidade presidido por Ashraf Ghani e uma semana depois que o mulá Mansur lançau uma mensagem conciliadora advogando pelo diálogo sem a presença estrangeira.

A Otan mantém cerca de 4 mil militares no Afeganistão na missão de assistência e capacitação “Apoio Decidido”, enquanto que os Estados Unidos realizam uma operação de combate ou “antiterrorista” que inclui 9,8 mil militares que permanecerão a princípio até o final de ano. EFE

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