Mulher se suicida após estuprador ser condenado a pedir perdão na Índia

  • Por Agencia EFE
  • 04/04/2014 07h24

Nova Délhi, 4 abr (EFE).- Uma mulher se suicidou ateando fogo em si mesma no Estado de Bengala, no leste da Índia, depois que um tribunal local condenou seu estuprador a somente pedir perdão, informou nesta sexta-feira a imprensa do país asiático.

O episódio ocorreu no distrito de Malda, quando a mulher se autoimolou na última quarta-feira depois que se sentiu humilhada pelo tribunal, relatou seu marido ao jornal “Times of India”.

Na segunda-feira passada, Nabin Mandal invadiu a casa da mulher, onde ela estava com seus três filhos, e a estuprou.

Seu marido ficou enfurecido depois que soube do ocorrido e atacou o agressor, mas seus vizinhos o convenceram a deixar o caso a cargo de um tribunal da cidade, que condenou o estuprador a somente pedir perdão.

Além disso, o tribunal advertiu que se o agressor voltasse a cometer um estupro, teria que pagar uma multa de 25 mil rúpias (cerca de US$ 414) à vítima, uma punição que tanto a mulher como seu marido consideraram humilhante.

O ministro de Assuntos Sociais do Estado de Bengala, Sabitri Mitra, disse que espera que o agressor seja preso em breve.

Em janeiro deste ano, uma jovem foi estuprada por dez membros de um tribunal local como castigo por ter mantido uma relação com um jovem de outra comunidade tribal e não ter dinheiro para pagar a multa que lhe foi imposta.

No dia 21 de março, um tribunal de Mumbai, no leste do país, condenou quatro homens à prisão perpétua pelo estupro coletivo de uma operadora de telemarketing de 18 anos em julho de 2013 no centro da cidade.

A sentença se baseou na reforma legal aprovada no país no ano passado para endurecer as penas por agressões sexuais.

A jovem não denunciou a agressão até que, um mês depois, uma fotojornalista de 22 anos também foi estuprada no mesmo local, um caso em que três dos quatro acusados foram considerados culpados, mas que ainda esperam por suas sentenças.

Os episódios de agressão sexual reacenderam a indignação contra esse tipo de crime na Índia, desde que, no final de 2012, uma estudante de 23 anos morreu após ser agredida de forma similar, junto com seu namorado, em um ônibus de Nova Délhi.

O caso gerou protestos e abriu um debate sem precedentes sobre a situação da mulher na Índia, o que levou ao governo a endurecer as leis contra os agressores sexuais, que incluiu a pena de morte para os casos graves de estupro. EFE

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