Advogados de Assange pedirão liberdade sob fiança por surto de coronavírus

  • Por Jovem Pan
  • 24/03/2020 11h58
EFE O julgamento da extradição do ativista estava marcado para acontecer em fevereiro, mas foi transferido para 18 de maio

Os advogados do fundador do portal WikiLeaks, Julian Assange, pedirão que o cliente seja libertado nesta quarta-feira (25), a partir do pagamento de fiança, considerando que existe vulnerabilidade ao novo coronavírus na prisão onde está preso.

O ativista está em prisão preventiva em Belmarsh, no sudeste de Londres, e tem contra ele um pedido de extradição dos Estados Unidos, por ter divulgado informações confidenciais sobre a política externa do país há dez anos.

Em um comunicado divulgado nesta terça-feira (24), a equipe de advogados de Assange, liderada pelo ex-juiz espanhol Baltasar Garzón, explicou que será apresentada uma petição ao tribunal, porque as prisões são consideradas epicentros da disseminação do coronavírus.

“Não apenas os prisioneiros têm vidas em risco, mas também os funcionários e as famílias deles. Os Estados Unidos e o Irã libertaram milhares de prisioneiros de baixo risco”, diz a nota. Os advogados lembram que a Associação de Oficiais Penitenciários do Reino Unido comparou o risco de infecção nas prisões do país com o dos navios de cruzeiro.

“O governo (do primeiro-ministro britânico Boris) Johnson ainda não libertou prisioneiros de baixo risco, embora tenha soltado 300 pessoas de centros de detenção de imigração. Julian Assange pertence a uma categoria de pessoas que devem ser libertadas para mitigar o impacto do coronavírus”, destacou a nota.

O julgamento da extradição do ativista estava marcado para acontecer em fevereiro, mas foi transferido para 18 de maio. Os advogados de defesa admitem, contudo, que poderá haver uma nova alteração de datas, devido à epidemia de coronavírus.

Assange, teve prisão decretada em 2010 no Reino Unido a pedido da Suécia, sob a acusação de crime sexual – que já está arquivado -, passou os últimos dez anos confinado, primeiro em prisão domiciliar e depois na embaixada do Equador em Londres, até o governo sul-americano retirar o status dele de refugiado, em 2019.

Logo em seguida, o ativista foi preso e levado para Belmarsh, que segundo os advogados, tem aproximadamente 800 detentos e a maior taxa de suicídios do Reino Unido.

*Com informações da EFE

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