Após proibição do uso de máscaras, manifestantes tomam as ruas de Hong Kong

  • Por Jovem Pan
  • 04/10/2019 12h11
EFE Uso de máscaras pode acarretar em detenção de um ano ou multa

Milhares de pessoas foram às ruas em Hong Kong, nesta sexta-feira (4), em protesto contra a aprovação de uma lei que proíbe, a partir de hoje, o uso de máscaras com nas manifestações. Desde o início da tarde, a população faz atos usando as máscaras e gritando palavras de ordem como “Hong Kong resiste”.

Dezenas de internautas pediram que as pessoas fossem saíssem para participar do protesto. Os manifestantes provocaram a paralisação do tráfego e o fechamento de lojas. Algumas pessoas entregam máscaras aos participantes dos protestos, gritando que essa será a “última oportunidade” de usá-las, já a medida aprovada pelo governo prevê sentenças de até um ano de prisão e multas de até US$ 25 mil (de Hong Kong,cerca de US$ 3,1 mil na moeda americana).

A medida foi anunciada pela chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, que lançou uma lei de emergência – que concede poderes mais amplos ao governo precisar passar pelo Legislativo – para aprová-la. Com isso, ela espera “restaurar a ordem”.

“A lei não implica que Hong Kong esteja em estado de emergência”, mas “os protestos são cada vez mais frequentes e violentos, e as pessoas estão preocupadas”, acrescentou. Apesar da fala, a população teme que o governo acabe invocando a medida para autorizar detenções, censurar a imprensa ou assumir o controle total dos transportes.

“Esperamos que a lei possa ter um efeito dissuasivo”, continuou Lam, especificando que a lei “tem como alvo pessoas que recorrem à violência”.

Repercussão

Em nível diplomático, o ministro das Relações Exteriores britânico, Dominic Raab, advertiu ao governo de Hong Kong do perigo de “agravar” as tensões e pediu a Lam que opte pelo diálogo político. O Ministério das Relações Exteriores de Taiwan também expressou preocupação com uma lei que, segundo ele, poderia “violar direitos e liberdades individuais”.

Entenda

Os protestos acontecem há quase quatro meses e tiveram início em junho após Lam propor uma lei de extradição. Agora, com a lei cancelada, as manifestações sofreram mutações e se tornaram um movimento que busca melhorar os mecanismos democráticos que a regem e uma oposição ao autoritarismo de Pequim.

*Com informações da Agência EFE

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