Argentina e FMI chegam a acordo de 36 meses no valor de US$ 50 bilhões

  • Por Estadão Conteúdo
  • 07/06/2018 21h34
Agência EFE Segundo o governo argentino, "para assegurar uma rápida convergência do equilíbrio fiscal", a meta do déficit primário deste ano passou a ser de 2,7% do Produto Interno Bruto (PIB) e de 1,3% do PIB em 2019
A Argentina e o Fundo Monetário Internacional (FMI) fecharam nesta quinta-feira (7) um acordo stand-by para o empréstimo de US$ 50 bilhões ao país por um período de 36 meses. De acordo com a diretora-gerente da instituição, Christine Lagarde, os termos ainda serão submetidos ao conselho executivo do órgão.

Com o acordo, a Argentina modificou suas metas de resultado primário e de inflação. Segundo o governo argentino, “para assegurar uma rápida convergência do equilíbrio fiscal”, a meta do déficit primário deste ano passou a ser de 2,7% do Produto Interno Bruto (PIB) e de 1,3% do PIB em 2019. Segundo Lagarde, o pacto prevê que o país alcance superávit primário até 2020.

“Para reduzir a inflação, o plano reforça o esquema de metas com tipo de câmbio flutuante e fortalecimento da autonomia do Banco Central da República da Argentina (BCRA)”, disse nota do Ministério da Fazenda argentino. Agora, as metas de inflação passam a ser de 17% no próximo ano, de 13% em 2020 e de 9% em 2021.

De acordo com o Ministério da Fazenda argentino, “o programa é inovador, já que protege especialmente os setores mais vulneráveis. Em efeito, se inclui explicitamente o monitoramento de indicadores sociais e, pela primeira vez na história em um programa do FMI, uma salvaguarda que permite aumentar o gasto social se o governo argentino considerar necessário”.

FMI: “reequilíbrio fiscal”
“Este é um plano concebido e instrumentado pelo governo argentino e que pretende fortalecer a economia em benefício da população. Agrada-me saber que podemos contribuir com este esforço brindando-o com respaldo financeiro, que aumentará a confiança do mercado, dando às autoridades tempo para abordar uma gama de vulnerabilidades de longa data”, afirmou Lagarde, em nota.

De acordo com a diretora-gerente do FMI, o acordo com a Argentina tem a intenção de colaborar por medidas que possam proteger a população mais vulnerável das reformas econômicas. “Parabenizamos as autoridades argentinas por alcançarmos este acordo e celebramos a intenção das autoridades de acelerar o ritmo de redução do déficit do governo federal”, disse.

Lagarde elogiou ainda os esforços para redução de inflação feitos pelo Banco Central da República Argentina (BRCA) e a adoção pela autoridade monetária do que chamou de “metas de inflação realistas e significativas, assim como seu compromisso por manter o câmbio flexível e determinado pelo mercado”.

“Nos dá alento também o compromisso das autoridades argentinas de deixar asseguradas a independência jurídica e a autonomia operacional do banco central”, afirmou.

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