Argentina se prepara para reabertura gradual e flexibilizações na quarentena
A Argentina terá flexibilizações na quarentena pelo novo coronavírus a partir da próxima segunda-feira (11). O pais terá reabertura gradual nos próximos dias, segundo o presidente Alberto Fernández.
A ideia do governo, ainda não oficializada, é definir protocolos e horários específicos para cada atividade ou grupo de pessoas, desde curtas caminhadas e idas ao mercado a períodos de trabalho. Haverá também zonas vermelhas, com proibição de movimentação, naquelas áreas onde a contaminação é mais crítica.
Seguirão com restrições os colégios, faculdades e universidades; eventos sociais, culturais, recreativos, esportivos, religiosos; cinemas, teatros, centros culturais e clubes; e atividades turísticas.
A Argentina tem 5.208 infectados pelo novo coronavírus. Nas últimas 24 horas, foram registrados 188 novos casos, o recorde de contaminados em um só dia desde o início da pandemia, e 9 mortes. O país tem, no total, 273 mortes. Caso o número de contágios siga aumentando, o governo afirmou que pode voltar a endurecer as medidas de restrição
O ministro da Saúde argentino, Ginés González García, afirmou que deve haver uma gradual abertura econômica, mas que as medidas sanitárias devem ser reforçadas.
“Não sou eu quem decide, mas minha opinião é que a quarentena deve continuar, mas de outras maneiras. Você precisa ter uma abertura em termos econômicos com muito cuidado. Mas a atividade produtiva tem que começar. Existem muitas indústrias que estão funcionando muito bem, como a de alimentos e produtos farmacêuticos”, disse.
A decisão pela volta gradual das atividades econômicas foi validada pela equipe de infectologistas que assessoram o presidente Alberto Fernández desde o início da pandemia. Nesta quarta-feira (6), durante a reunião com os especialistas, Fernández foi orientado a seguir com as restrições a aglomerações, além de manter o transporte público com capacidade limitada. As atividades industriais, como a indústria automotiva, devem ser liberadas.
O ministro da Saúde ressaltou que as medidas de cuidado, como o distanciamento social, o uso de máscara e a lavagem de mãos devem ser mantidas. A maior preocupação é com o transporte público. “Existem estudos que mostram que, em Nova York e Madri, o transporte público foi o veículo para a explosão de casos. Temos que nos adaptar sem perder o que alcançamos. Temos um número muito baixo de casos, estamos gerenciando a pandemia com sucesso. Mas isso não significa que estamos comemorando a vitória”, disse.
Nesta quinta (7), Fernández conversará com os governadores por videoconferência para definir como será a transição e quais localidades devem seguir com o isolamento. Em Buenos Aires, por exemplo, onde estão a maioria dos casos – foram 102 novos casos em 24 horas -, o afrouxamento não deve ser imediato e existe grande preocupação com a população carente.
Do total de casos confirmados, 928 (17,8%) são importados, 2.291 (44%) foram por contatos próximos aos casos importados, 1.508 (29%) são de circulação comunitária e o restante está sob investigação epidemiológica, de acordo com dados do Ministério da Saúde.
*Com Agência Brasil
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