Argentina registra primeiro caso de varíola dos macacos na América Latina
OMS acredita ser possível conter a transmissão do vírus que já foi confirmado em mais de 20 países
O primeiro caso de varíola dos macacos na América Latina foi detectado na Argentina, confirmaram as autoridades de saúde argentina nesta sexta-feira, 27. “O resultado da amostra de PCR colhida pelo Instituto Malbrán do primeiro caso suspeito de varíola dos macacos foi positivo”, informou um comunicado do Ministério da Saúde, acrescentando que “o sequenciamento mostrou uma alta porcentagem de homologia com sequências do clado da África Ocidental”. De acordo com a impressa local, a vítima é um homem de 40 anos que acabou de voltar da Espanha. O relatório aponta que ele está “em boas condições, em tratamento sintomático”, enquanto seus contatos próximos estão sob controle clínico e epidemiológico e sem apresentar sintomas.
Outro caso está sendo analisado pelo Ministério da Saúde. Trata-se de um residente espanhol que está visitando a província de Buenos Aires e não tem ligação com o paciente anterior.”A pessoa apresenta lesões ulcerativas sem outros sintomas associados, chegou ao país em 25 de maio e iniciou os sintomas em 26 de maio. O doente encontra-se em bom estado geral, isolado e recebe tratamento sintomático”, diz o relatório. Até o momento, mais de 20 países já registraram algum caso, o que acende alerta na Organização Mundial da Saúde (OMS), que afirmou nesta sexta que o fato da doença estar circulando fora dos países considerados endêmicos pode ser a “ponta do iceberg”, apontou Sylvie Briand, chefe de preparação e prevenção de epidemias e pandemias da OMS. Apesar dos mais de 200 casos confirmado, ela afirmou que não há motivos para pânico e até agora todos os registros foram em sua maioria leves e nenhuma morte foi relatada.
O que é a varíola dos macacos?
A varíola dos macacos é uma doença infecciosa causada por um vírus e transmitido aos seres humanos por animais infectados, que provoca sintomas como: febre, fadiga, dor de cabeça, dores musculares e lesões cutâneas. Apesar de ser mais raro de acontecer, é possível que ocorra a transmissão de pessoa para pessoa. O primeiro registro da doença em humanos foi identificado pela primeira vez em 1970 na República Democrática do Congo. Atualmente, ela é considerada endêmica em uma dúzia de países africanos. Sua aparição em locais não endêmicos é o que preocupa os especialistas que tentam determinar as causas desta situação incomum. Investigações preliminares apontam que o vírus em circulação não sofreu mutações preliminares, o que faz Briand acreditar ser possível deter a propagação. “Se implementarmos as medidas adequadas, provavelmente vamos conseguir conter isso facilmente”.
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