Coronavírus: Argentina tem apenas 40% do sistema de saúde ocupado

  • Por Jovem Pan
  • 13/05/2020 14h45 - Atualizado em 13/05/2020 14h46
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EFE/ Juan Ignacio Roncoroni A Argentina tem pouco mais de 6,5 mil casos de Covid-19 e 321 mortes

O sistema de saúde da Argentina está operando abaixo da capacidade mesmo durante a pandemia do novo coronavírus. Segundo o ministro da Saúde, Ginés González García, a população teme ir a hospitais e centros médicos por medo de contrair a Covid-19, apesar do país ter números baixos de infectados e mortes.

“A população está com medo, e esse é o fator central pelo qual não há procura ou às vezes a procura acontece tardiamente. O sistema de saúde está subutilizado, e temos mais da metade dos leitos de unidade de terapia intensiva vazios”, afirmou García em entrevista nesta quarta-feira (13).

As vagas gerais em hospitais e outras unidades de saúde do país apresentam pouco mais de 40% de ocupação, o que segundo o ministro, é motivo de grande preocupação.

“Isso não é bom, primeiro porque as pessoas que chegam ao estágio tardio de alguma doença, têm piores consequências. Estamos represando demanda. No dia em que vierem todos juntos, sobrecarregarão o sistema”, alertou. González García ainda destacou que houve redução de acidentes de trânsito, o que diminuiu as cirurgias de emergência.

Outras causas para a quantidade de leitos vagos, segundo o ministro, foram o adiamento das operações que eram consideradas não urgentes ou opcionais, além do aumento no número de vagas nas UTI, feito desde o início da pandemia.

De acordo com os dados oficiais, nos últimos 50 dias, foram acrescentados 1,5 mil leitos de UTI e 21 mil gerais ao sistema de saúde argentino.

Conforme aponta o boletim mais recente do Ministério da Saúde, a Argentina tem 6.563 casos de infecção pelo novo coronavírus e 321 mortes. González García admitiu que a preocupação no momento é com as áreas mais carentes, especialmente, na cidade de Buenos Aires.

“Começa a acontecer uma mudança no pico de casos. Tivemos mais na classe média, classe média alta, que eram os viajantes, os que estavam em contato com esses viajantes. Começa a se transferir para os grupos mais vulneráveis, em pessoas nas periferias, nos lugares com menos condições”, explicou.

Atualmente, a Argentina está em fase de retomada gradual das atividades econômicas, etapa que se prolongará até o próximo dia 24, enquanto observa a propagação do novo coronavírus, em meio ao relaxamento de medidas.

*Com EFE

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