Ataque de grupo armado durante consulta opositora em Caracas deixa 2 mortos
Ao todo, duas pessoas morreram e quatro ficaram gravemente feridas no zona oeste de Caracas neste domingo, depois que um grupo de homens armados atirou durante a realização da consulta popular da oposição sobre o processo da Assembleia Constituinte promovido pelo governo, informou o chefe de campanha do plebiscito e prefeito de Sucre, Carlos Ocariz.
“Há pouco, um incidente em Catia. Paramilitares dispararam. Há 4 gravemente feridos e 2 mortos”, escreveu o governante no Twitter.
O caso foi confirmado pelo Observatório Venezuelano da Agitação Social (OVCS): “Grupos Paramilitares atiraram em Catia. Cidadãos se escondem na Igreja El Carmen, na Avenida Sucre”.
A Avenida Sucre, no setor Catia, abriga um dos pontos habilitados para a consulta. De acordo com Ocariz, uma investigação foi solicitada ao Ministério Público.
O líder opositor Henrique Capriles, por sua vez, publicou um vídeo na mesma rede social mostrando o tumulto na porta da igreja e o barulho dos disparos.
“O desespero de @nicolasmaduro e da sua cúpula corrupta que mandaram os seus grupos paramilitares para assassinar o nosso povo em Catia!”, escreveu ele.
Através do Twitter, o Ministério Público da Venezuela informou que já está apurando o caso.
“Promotoria 124 do AMC (Área Metropolitana de Caracas) investiga a morte de Xiomara Escot e três feridos, fato ocorrido durante a situação irregular em Catia #16Jul”, publicou.
A consulta popular, que não é reconhecida pelo governo nem pelo Poder Eleitoral, vinha acontecendo normalmente, apesar de os organizadores terem se mostrado receosos quanto à possibilidade de atos violentos de grupos chavistas.
Na consulta, o cidadão é perguntado se aprova ou rejeita a Assembleia Constituinte, que acontecerá no próximo dia 30 e é vista pela oposição como uma tentativa do governo de “consolidar uma ditadura” na Venezuela; se deseja a convocação de eleições para a renovar dos poderes públicos; e se gostaria que todos os funcionários público e as Forças Armadas obedecessem e defendessem a Constituição de 1999.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.