Áudio do assassinato de Khashoggi horrorizou oficial da Arábia Saudita, diz presidente turco

  • Por Jovem Pan
  • 13/11/2018 09h42 - Atualizado em 13/11/2018 09h49
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EFE Arábia Saudita O jornalista saudita foi assassinado em 2 de outubro na Turquia

Durante um voo de volta de Paris, o presidente turco Recep Tayip Erdogan comentou o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi com repórteres que também voltavam das comemorações do Dia do Armistício da Primeira Guerra Mundial. Ele revelou que um oficial da Inteligência saudita teria ficado “horrorizado” ao escutar a gravação da morte de Khashoggi. “Quando ele ouviu [as gravações], o agente da inteligência saudita se surpreendeu tanto que disse: ‘parece que [o assassino] usou heroína, isto só pode ser feito por alguém que usou heroína'”, contou Erdogan.

O presidente turco disse, ainda, que seu governo disponibilizou para diversos chefes de estado as gravações. Ele alega ter mostrado os áudios do assassinato a Donald Trump, Emmanuel Macron, Angela Merkel e representantes dos governos britânico e canadense. “Os líderes ouvem as gravações de áudio, mas não respondem imediatamente sobre que fazer. Fazem seus próprios registros e avaliações necessárias […] observei desconforto nos rostos do senhor Trump, do senhor Macron e da senhora Merkel. Nos EUA, o Congresso pediu informações à CIA. Acredito que o ponto de vista mudará quando forem apresentadas as suas conclusões”, disse ao jornal diário turco, Hürriyet.

De acordo com o ministro de Relações Exteriores turco, Mevlüt Çavusoglu, os áudios foram compartilhados oficialmente com outros governos no dia 24 de outubro, 22 dias após a morte do jornalista saudita.

Erdogan manteve o discurso duro contra a Arábia Saudita, para o presidente os sauditas estão tentando “atrapalhar” as investigações. “O procurador-chefe [saudita] chegou e se reuniu com o procurador-chefe de Istambul. Ele veio com a intenção de dar desculpas impossíveis [para atrapalhar tudo]”, disparou.

Para ele a solução do caso só tem uma direção a ser tomada: “Quem deu a ordem [do assassinato]? Os detidos por causa do assassinato deveriam falar. Eu disse ao senhor Trump que não havia necessidade de buscar os assassinos aqui e acolá. Os assassinos estão entre os 18 [detidos]”, disse o presidente o chefe de estado.

*com informações da Agência EFE

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