Austrália culpa restrição de exportação da União Europeia pelo atraso no seu plano de vacinação
Enquanto o bloco econômico impede a saída dos imunizantes de Oxford produzidos em seu território, o governo australiano deixou de receber 3,1 milhões de doses prometidas pela AstraZeneca
O primeiro-ministro da Austrália, Scott Morrinson, culpou a União Europeia pelo atraso da campanha de vacinação contra a Covid-19 no país. Para explicar por que o governo australiano recebeu apenas 700 mil das 3,8 milhões de doses encomendadas pela farmacêutica sueco-britânica AstraZeneca, o chefe de governo mencionou nesta quarta-feira, 7, os “rígidos controles de exportação” impostos pelo bloco econômico. Segundo ele, essa seria pelo menos uma parte do motivo para a Austrália não ter conseguido cumprir a sua meta de inocular 4 milhões de doses até o final de março: até agora, só foram aplicadas 920 mil. No entanto, Morrinson fez questão de evitar um atrito direto com a União Europeia. “Um total de 3,1 milhões de vacinas não chegou à Austrália. Não há discussão, conflito, disputa ou confronto. É uma simples observação”, ressaltou na sequência.
Desde o dia 26 de março, a União Europeia está barrando a exportação de todas as doses da vacina de Oxford que estão sendo fabricadas em qualquer um dos seus 27 países-membro. A medida ficará em vigor até que a farmacêutica AstraZeneca, que está utilizando 52 fábricas dentro do bloco econômico para produzir os imunizantes, volte a cumprir o seu contrato com a União Europeia. Até agora, a empresa entregou aos países-membro apenas 30 milhões das 90 milhões de doses que haviam sido prometidas para o primeiro trimestre de 2021. Além disso, a AstraZeneca já alertou que, no segundo trimestre, fornecerá apenas 70 milhões, ao invés dos 180 milhões previstos inicialmente no contrato de venda. Esse bloqueio nas exportações, no entanto, está gerando atrasos nas entregas prometidas pela farmacêutica a outras países, como a Austrália.
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