Bachelet condena morte de manifestantes na Venezuela e pede diálogo
A titular do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (Acnudh), a ex-presidente do Chile Michelle Bachelet, condenou nesta sexta-feira (25) a violência e a repressão contra manifestantes na Venezuela que deixou pelo menos 20 mortos e 350 detidos.
Bachelet também pediu que esses fatos sejam investigados e um “diálogo imediato” para reduzir a tensão no país.
“Estou extremamente preocupada com a possibilidade de a situação na Venezuela escapar rapidamente do controle, com consequências catastróficas”, destacou em comunicado a ex-presidente chilena.
Bachelet ressaltou que é vital para a Venezuela evitar uma repetição da repressão documentada pelo Acnudh em 2017, especialmente no tocante a assassinatos extrajudiciais, detenções arbitrárias frequentes, restrições à liberdade de assembleia e expressão, e ataques indiscriminados.
Pelo menos 20 pessoas, segundo informações reunidas pela ONU, morreram por disparos das forças de segurança e grupos armados pró-governo após as manifestações de rejeição ao governo de Nicolás Maduro e apoio ao autoproclamado presidente Juan Guaidó.
“Qualquer incidente violento que resulte em mortos e feridos deve ser submetido a uma investigação independente e imparcial para determinar se houve uso excessivo da força por parte das autoridades e grupos armados”, afirmou hoje a alta comissária.
As Nações Unidas também receberam relatos sobre ataques à propriedade nas áreas mais pobres de Caracas, a capital venezuelana, nas quais, ao longo da semana, ocorreram mais de 180 atos de protesto.
Diante disso, Bachelet pediu às autoridades da Venezuela, “especialmente às forças de segurança”, contenção e respeito ao direito de manifestação pacífica e ao exercício da liberdade de expressão.
A ex-presidente chilena também solicitou aos líderes políticos venezuelanos que iniciem conversas imediatamente para reduzir as tensões e “encontrar uma solução prática de longo prazo para a insistente crise social, política e econômica do país”.
Bachelet lembrou que essa situação obrigou 3 milhões de venezuelanos a deixarem o país enquanto “outros milhões vivem em condições totalmente miseráveis”.
Um porta-voz do Escritório do Acnudh acrescentou em entrevista coletiva que o órgão não está em contato direto nem com o governo de Maduro nem com Guaidó.
Nesse sentido, o porta-voz preferiu não comentar a atual situação política que a Venezuela vive, na qual parte da comunidade internacional reconheceu Guaidó como presidente legítimo do país sul-americano após ele ter se autoproclamado como tal em 23 de janeiro.
*Com Agência EFE
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