Biden faz o primeiro discurso desde que desistiu de ser candidato à reeleição

Ao se dirigir à nação norte-americana, Biden diz que desistiu da corrida presidencial para “unir” o Partido Democrata, afirmou que há espaço para novas vozes no país e reforçou o apoio à vice-presidente Kamala Harris

  • Por Jovem Pan
  • 24/07/2024 21h19 - Atualizado em 24/07/2024 22h45
EFE/EPA/EVAN VUCCI / POOL US President Biden address the nation after dropping out of the presidential race Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em pronunciamento no Salão Oval da Casa Branca nesta quarta-feira (24)

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, faz o primeiro discurso desde que desistiu de ser candidato à reeleição, na noite desta quarta-feira (24), direto do Salão Oval da Casa Branca em Washington. Ao se dirigir à nação norte-americana, o democrata disse que abandonou a corrida por um segundo mandato para “unir” o Partido Democrata e defendeu a democracia. “A defesa da democracia, que está em jogo, é mais importante do que qualquer título”. Durante o pronunciamento, o presidente de 81 anos afirmou, ainda, que há espaço para novas vozes no país e que o melhor caminho a seguir é passar o bastão para uma nova geração. “Há um tempo e um lugar para longos anos de experiência na vida pública. Também há um tempo e um lugar para novas vozes, vozes frescas, sim, vozes jovens”, disse.

O apoio à sua vice-presidente Kamala Harris, de 59 anos, que ele endossou desde o anúncio de sua desistência no domingo (21) em uma carta publicada na rede social X, foi novamente defendido em seu pronunciamento. “Gostaria de agradecer à nossa grande vice-presidente, Kamala Harris”, diz Biden. “Ela é experiente. Ela é forte. Ela é capaz. Ela tem sido uma parceira incrível para mim e uma líder para o nosso país.” Harris substituiu Biden na corrida presidencial a menos de quatro meses das eleições.

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Usando o cenário simbolicamente poderoso da Mesa Resoluta, o discurso de Biden pediu o fim das divisões na política dos EUA e disse que o país era mais poderoso do que “qualquer ditador ou tirano”. Biden comentou ainda seu legado político. “Acredito que meu histórico como presidente, minha liderança no mundo, minha visão para o futuro da América, tudo isso merece um segundo mandato, mas nada, absolutamente nada, pode atrapalhar a salvação da nossa democracia, incluindo a ambição pessoal”, declarou.

Sem mencionar seu rival republicano, Biden tratou, indiretamente, a oposição como uma ameaça à democracia. “A grande coisa sobre a América é que aqui reis e ditadores não governam, o povo governa”, disse. “A história está em suas mãos, o poder está em suas mãos, a ideia da América está em suas mãos”, falou ao público.

Trump, por sua vez, reagiu ao discurso dizendo que foi “quase incompreensível”. “O discurso do corrupto Joe Biden no Salão Oval foi quase incompreensível e tããão ruim!”, escreveu em sua plataforma Truth Social. Em outra postagem, disse que Biden e Kamala, a quem chamou de “corrupto” e “mentirosa”, respectivamente, são uma “grande vergonha para a América”.

Biden voltou ontem à Casa branca após quase uma semana de confinamento em sua casa de praia para se recuperar da covid-19. A saúde do presidente está na mente de todos. O Partido Democrata pressionou Biden para se afastar justamente por causa das dúvidas sobre a sua condição física e aptidão mental desde o desempenho desastroso em um debate contra Trump no dia 27 de junho deste ano. Em seu pronunciamento, ele não se aprofundou nas preocupações sobre sua idade ou saúde, que o levaram a ceder.

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Desde que anunciou que estava deixando a corrida eleitoral, o democrata ainda tem enfrentado pedidos de republicanos para que renuncie também da presidência dos Estados Unidos, devido a sua idade. Em seu discurso, ele enfatizou que seguirá trabalhando até o fim de seu mandato. “Nos próximos seis meses, continuarei reduzindo custos para as famílias trabalhadoras e fazendo crescer a nossa economia. Continuarei defendendo as nossas liberdades individuais e os direitos civis, nosso direito de votar e direito de escolher”, disse.

Ele também afirmou que irá trabalhar para acabar com a guerra em Gaza, continuará reunindo uma coalizão para impedir “que Putin continue prejudicando a Ucrânia” e manterá a Otan “mais forte, poderosa e mais unida do que em qualquer outro momento da história”.

O presidente defendeu suas conquistas durante seu mandato, citando a criação de quase 16 milhões de novos empregos e e a reconstrução da infraestrutura do país. “Estamos literalmente reconstruindo toda a nossa nação, comunidades urbanas, suburbanas, rurais, tribais. A manufatura voltou para a América”, destacou.

*Com informações da AFP e Estadão Conteúdo
Publicado por Carolina Ferreira

 

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