Boeing suspende fabricação do 737 MAX

  • Por Jovem Pan/Nanny Cox
  • 16/12/2019 22h22 - Atualizado em 17/12/2019 08h49
EFE

A Boeing vai interromper a produção de aviões 737 MAX, modelo envolvido em dois acidentes em apenas 6 meses. Os exemplares estavam proibidos de voar desde a segunda tragédia, em março deste ano, mas a fabricação continuou e a empresa tem cerca de 400 aeronaves estacionadas. A suspensão passa a valer a partir de janeiro.

Por meio de nota, a Boeing garantiu que não há expectativa de demissão ou férias coletivas. Os funcionários continuarão desempenhando atividades relacionadas ao 737 ou serão realocados. O anúncio da fabricante veio a público 4 dias após a Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos afirmar que ainda precisa concluir pelo menos 10 etapas do processo de aprovação antes de retirar a proibição.

Além deste fator, a Boeing explicou que a decisão foi tomada para priorizar a entrega das aeronaves armazenadas. Em outubro do ano passado, um 737 Max caiu logo após a decolagem na Indonésia. Em março deste ano, outro avião do mesmo modelo se acidentou na Etiópia. As tragédias tiveram diversas características semelhantes, incluindo o momento da queda.

Veja a nota oficial da Boeing sobre a produção do 737 MAX

“A retomada de operação do 737 MAX com segurança é nossa principal prioridade. Sabemos que a aprovação para o retorno do 737 MAX e o estabelecimento de requisitos de treinamento apropriados deve ser um processo extremamente completo e robusto para garantir que as agências reguladoras, clientes e passageiros confiem nas atualizações do 737 MAX.

Como dissemos anteriormente, a FAA e as autoridades reguladoras em todo o mundo determinam o cronograma para a certificação e a retomada da operação. Continuamos totalmente comprometidos em apoiar esse processo. É nosso dever garantir que todos os requisitos sejam cumpridos e que todas as perguntas de nossas agências reguladoras sejam respondidas.

Durante a paralisação do 737 MAX, a Boeing continuou a produzir novos aviões e agora existem aproximadamente 400 aeronaves armazenadas. Dissemos anteriormente que avaliaríamos continuamente nossos planos de produção caso a paralisação do MAX continuasse por mais tempo do que esperávamos. Como resultado dessa avaliação contínua, decidimos priorizar a entrega de aeronaves armazenadas e suspender temporariamente a produção do programa 737 a partir do próximo mês.

Acreditamos que essa decisão é a menos prejudicial para a manutenção da saúde do sistema de produção e da rede de fornecedores no longo prazo.

Essa decisão é motivada por vários fatores, incluindo a extensão da certificação até 2020, a incerteza sobre o cronograma e as condições da retomada da operação e das aprovações do treinamento em âmbito global e a importância de garantir que possamos priorizar a entrega das aeronaves armazenadas. Continuaremos a avaliar nossa evolução rumo às metas da retomada da operação da aeronave para, consequentemente, tomarmos decisões sobre a retomada da produção e das entregas.

Durante esse período, nosso plano é que os funcionários afetados continuem trabalhando em atividades relacionadas ao 737 ou sejam temporariamente designados para outras equipes nas instalações em Puget Sound. Como fizemos durante toda a paralisação do 737 MAX, nossos clientes, colaboradores e fornecedores continuarão a ser nosso principal foco, enquanto continuamos a avaliar as ações apropriadas. Isso incluirá ações para manter os ganhos obtidos nos últimos meses no sistema de produção e na qualidade e saúde da rede de fornecedores.

Forneceremos informações financeiras sobre a suspensão da produção em conexão com os resultados do 4º trimestre de 2019 no final de janeiro.”

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