Bolívia prende 27 pessoas em protestos contra suposta fraude eleitoral
A onda de protestos começou após a divulgação repentina por parte do Tribunal Supremo Eleitoral dos resultados que indica a vitória de Morales em primeiro turno
A Promotoria-Geral do Estado da Bolívia informou nesta terça-feira (22) que 27 pessoas foram presas nos protestos que começaram na noite desta segunda (21) para denunciar uma suposta tentativa de fraude eleitoral no país.
O procurador-geral do Estado, Juan Lanchipa Ponce, disse em comunicado que, diante da violência registrada em diferentes pontos do território boliviano, foram formadas comissões de promotores para investigar os responsáveis pelo vandalismo.
Os promotores já receberam denúncias de pessoas envolvidas na destruição dos patrimônios público e privado nos protestos contra a suposta fraude eleitoral em benefício do atual presidente do país, Evo Morales.
Alguns dos escritórios regionais do órgão eleitoral da Bolívia foram incendiados pelos manifestantes. A Procuradoria-Geral do Estado afirmou que pode acusar os presos de invasão de propriedades pública e privada, dano qualificado, roubo agravado e obstrução do processo eleitoral.
Segundo Ponce, os promotores aguardam que a Polícia Nacional da Bolívia repasse mais informações sobre os autores materiais e intelectuais dos atos de vandalismo para que as cenas de violência registradas nesta segunda em todo o país não fiquem na impunidade.
A divulgação repentina por parte do Tribunal Supremo Eleitoral dos resultados do sistema de Transmissão de Resultados Eleitorais Preliminares (TREP), uma apuração extraoficial, deu início aos protestos.
De acordo com os resultados do TREP, Morales venceria em primeiro turno, apesar de a contagem parcial, suspensa no domingo, indicar a necessidade de uma segunda votação contra o opositor Carlos Mesa.
O hotel no centro de La Paz usado pelo Tribunal Supremo Eleitoral para realizar a apuração oficial hoje está fortemente protegido pela Polícia Nacional. Ontem, simpatizantes de Mesa tentaram invadir o local e foram dispersados com o uso de gás lacrimogêneo.
*Com informações da EFE
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