Bombardeios israelenses deixam ao menos 266 mortos na Faixa de Gaza em 24 horas; maioria das vítimas são menores de idade
De acordo com o gabinete de imprensa de Gaza, 117 dos mortos são crianças e adolescentes e grande parte dos ataques ocorreu no sul do enclave; Israel pretende ainda realizar uma invasão terrestre
Pelo menos 266 pessoas foram mortas nos bombardeios de Israel na Faixa de Gaza em cerca de 24 horas, enquanto os hospitais permanecem sem eletricidade devido à falta de combustível e no operam no limite. De acordo com o gabinete de imprensa do governo de Gaza, dirigido pelo Hamas, Israel “cometeu 24 massacres” em pouco mais de 24 horas, matando 266 pessoas, incluindo 117 menores de idade, a maioria no sul da Faixa de Gaza. O Hospital dos Mártires de Al Aqsa, em Deir al Balah, no centro da Faixa de Gaza, recebeu 143 mortos e mais de 262 feridos em poucas horas. O centro de saúde está situado na metade sul do enclave, para onde Israel ordenou o deslocamento dos civis.
O Exército israelense voltou a pedir no sábado, 21, a evacuação dos habitantes de Gaza para o sul, lançando panfletos de aviões na metade norte da Faixa, onde se prevê uma invasão terrestre, e nos pontos mais atacados e com maior número de palestinos mortos. Os folhetos pedem para que as centenas de milhares de civis que permanecem no norte se desloquem para o sul, para sua segurança, e ameaçam considerá-los “cúmplices dos terroristas” se não fugirem, embora o Exército tenha continuado a bombardear as zonas mais ao sul do enclave durante toda a ofensiva. No 16º dia da guerra entre Israel e o grupo islâmico Hamas, as forças israelenses afirmaram que estão intensificando os seus ataques, uma vez que a devastação continua em Gaza e os centros de saúde continuam sem eletricidade devido à falta de combustível.
A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA) alertou neste domingo para o fato de que, se não for fornecido combustível juntamente com a ajuda humanitária, esta será inútil, uma vez que os hospitais não podem funcionar sem eletricidade. Até o momento, 25 instalações médicas foram danificadas por bombardeios israelenses e 49 profissionais de saúde foram mortos por ataques aéreos de Israel no enclave, desde o início da ofensiva na sequência do ataque do Hamas a Israel, em 7 de outubro. Os serviços médicos do Crescente Vermelho palestino denunciaram ontem o pedido do Exército israelense de “evacuação imediata” do Hospital Al Quds na Cidade de Gaza, ameaçando bombardeá-lo, e apelaram à comunidade internacional para que “tome medidas imediatas” para impedir este ato. “O hospital acolhe mais de 400 pacientes e cerca de 12.000 civis deslocados, além do pessoal médico”, alertou o Crescente.
Por sua vez, o Hospital de Reabilitação Médica Al Wafa lançou “um apelo de socorro” para que seja abastecido com combustível para ligar o gerador, uma vez que a sua falta “ameaça a vida dos pacientes do hospital, incluindo 30 feridos pelos ataques”. Em 16 dias, os bombardeios israelenses mataram mais de 4.650 pessoas, incluindo quase 1.900 menores de idade, mais de mil mulheres e cerca de 187 idosos, de acordo com a última contagem do Ministério da Saúde palestino. Os feridos são mais de 14.245 e as autoridades estimam que cerca de 1.450 pessoas continuam desaparecidas sob os escombros, 800 delas menores. A guerra já matou 1.400 pessoas em Israel, mais de 210 foram sequestradas para a Faixa de Gaza e uma centena está desaparecida.
*Com informações da agência EFE
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