Boris Johnson vai eliminar restrições por Covid-19 apesar das críticas no Reino Unido

Oposição e autoridades dizem que a decisão é uma tentativa de distrair a atenção da polícia que investiga o primeiro-ministro britânico

  • Por Jovem Pan
  • 21/02/2022 11h33 - Atualizado em 21/02/2022 11h33
Matt Dunham POOL AFP Boris Johson Boris Johson quer acabar com as restrições para impedir a propagação da Covid-19

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, pretende anunciar nesta segunda-feira, 21, o fim das restrições para impedir a propagação da Covid, apesar da oposição política e da relutância das autoridades de saúde. Dois anos depois de a Covid-19 provocar a crise mais grave em várias gerações no país, Johnson apresentará seu plano ao Parlamento. Os partidos de oposição acusam o primeiro-ministro de querer distrair a atenção, no momento em que seu cargo está em perigo pela investigação sobre uma série de festas na residência oficial de Downing Street durante o período de confinamento. Ele também é acusado de querer agradar aos representantes conservadores que estão insatisfeitos com as restrições às liberdades públicas.

De acordo com o plano, o governo pretende anunciar esta semana o fim da obrigação legal de autoisolamento das pessoas quando infectadas. “Hoje marca um momento de orgulho depois de um dos períodos mais difíceis da história do nosso país, pois começamos a viver com a covid”, disse o líder conservador nesta segunda-feira, antes do conselho de ministros para aprovar o plano. Johnson destacou que a pandemia não acabou, mas que, graças à incrível campanha de vacinação, o país está um passo mais próximo de voltar à normalidade e de finalmente devolver a liberdade às pessoas, sem abandonar a proteção. Outros aspectos do plano incluem a delegação às autoridades locais da gestão de futuros surtos, com as medidas legais prévias e o fim dos testes gratuitos para detectar a covid. A oposição trabalhista afirmou que a medida de eliminar os testes gratuitos é como substituir seu melhor zagueiro 10 minutos antes do fim de uma partida.

A confederação do NHS, que representa as principais autoridades do sistema nacional de saúde, não concorda com a decisão de Johnson. Segundo uma pesquisa interna realizada por eles, a maioria dos integrantes é contrária ao fim das medidas de isolamento e dos testes gratuitos à população. David Nabarro, delegado da Organização Mundial da Saúde (OMS) especializado em covid, afirmou que eliminar a lei sobre o isolamento dos infectados parece realmente pouco sábio. O Reino Unido registrou uma das piores taxas de morte per capita da pandemia. O porta-voz de questões de saúde do partido Trabalhista, Wes Streeting, também criticou a decisão e disse que Boris Johnson está declarando vitória antes do fim da guerra, em uma tentativa de distrair a atenção da polícia que bate à sua porta.

*Com informações da AFP

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