Câmara dos EUA exige publicação na íntegra de relatório de Mueller
A Comissão de Justiça da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos autorizou nesta quarta-feira,3, o envio de um requerimento judicial para que o Departamento de Justiça publique na íntegra o relatório do procurador especial Robert Mueller. O relatório é o resultado de uma investigação de dois anos sobre os supostos laços entre a campanha do presidente Donald Trump e o governo da Rússia.
“Esta comissão tem um trabalho a fazer. A Constituição pede ao Congresso que responsabilize o presidente por suposta má conduta”, disse o democrata Jerrold Nadler.
O requerimento reivindicará ao procurador-geral dos EUA, William Barr, que publique todo o relatório de Mueller, não a versão editada que ele mesmo anunciou que divulgaria “em meados de abril”.
Barr explicou na semana passada que editaria a informação que acredita que possa comprometer fontes no que se refere à privacidade pessoal, interesses e reputação de terceiros.
Alguns congressistas, democratas e republicanos, rejeitaram a ideia do procurador-geral e insistiram então na publicação do relatório “na íntegra”. Nadler também quer que as provas sejam de domínio público.
Além disso, a comissão deu sinal verde para cinco citações dirigidas a ex-funcionários da Casa Branca: o ex-assessor de Trump Steve Bannon, o ex-chefe de gabinete de Trump Reince Priebus, a ex-diretora de Comunicação Hope Hicks, e o ex-advogado do escritório presidencial Donald McGahn e sua chefe de gabinete Annie Donaldson.
Há duas semanas, Barr explicou em carta ao Congresso que as investigações de Mueller concluíram que ninguém da campanha de Trump, nem o próprio presidente, conspiraram com as autoridades russas na campanha para as eleições de 2016 para prejudicar a candidata democrata, Hillary Clinton.
Não obstante, sobre a questão envolvendo obstrução de Justiça, a outra acusação possível, o relatório do procurador especial “não conclui que o presidente cometeu um crime, (mas) também não o inocenta”.
Nos últimos dois anos, Trump insistiu que a investigação era uma “caça às bruxas” acionada pela oposição democrata e negou o tempo todo a existência de um complô na campanha das eleições de 2016 entre sua equipe e o governo russo para ajudá-lo a ganhar, prejudicando a candidatura de Hillary Clinton.
*Com EFE
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.