Campanha na Argentina aconselha jovens a usar ‘pouca’ cocaína

Mensagem do governo de Morón, na província de Buenos Aires, indica o baixo consumo para ver ‘como o corpo reage’; autoridades apresentam queixas criminais e criticam ação municipal

  • Por Jovem Pan
  • 26/04/2022 06h00 - Atualizado em 26/04/2022 07h08
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Reprodução / Twitter @luispetri Campanha na Argentina Material também dá outras dicas, como o consumo preferencial de maconha em flores e de "fontes confiáveis"

Uma campanha em circulação na Argentina aconselha que jovens usem “um pouquinho” de cocaína para ver “como o corpo reage”. A ação polêmica, que levou a uma série de críticas de autoridades do país, aconteceu no município de Morón, na província de Buenos Aires. Durante um festival de música, jovens receberam folhetos que aconselhavam a ir “pouco a pouco e devagar” no consumo da droga e pílulas sintéticas. “Use um pouquinho para ver como seu corpo reage”, diz a mensagem elaborada pela Diretoria de Políticas Juvenis de Morón. O material também dá outras dicas, como o consumo preferencial de maconha em flores e de “fontes confiáveis”. Segundo nota divulga à imprensa local, a campanha faz parte de um programa voltado para “reduzir riscos e danos associados ao consumo de substâncias psicoativas legais e ilegais”, aprovado no ano passado pelo Legislativo municipal. A proposta é proteger a saúde de quem consome drogas com “informações úteis”.

No entanto, mesmo com a justificativa, a campanha desencadeou uma onda de críticas da oposição. “Quero um Estado que ensine nossas crianças que a cocaína destrói vidas e famílias, não como consumi-la”, criticou Ramiro Tagliaferro, ex-prefeito de Morón, ao publicar uma foto do folheto nas redes sociais. O deputado Waldo Wolff afirmou que vai apresentar uma queixa criminal contra as autoridades da cidade argentina por “crimes relacionados à incitação e defesa das drogas”. Por sua vez, o opositor Jorge Macri, atual ministro de governo da cidade de Buenos Aires, destacou que a província de Buenos Aires “vive todos os dias o drama das drogas” e opinou que “não se pode permitir que este problema seja naturalizado”. “A situação é muito delicada para que o município de Morón faça uma campanha de promoção do consumo entre os jovens”, afirmou.

*Com EFE

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