Cardeal americano Bernard Law, envolvido em caso de pedofilia, morre em Roma
O cardeal americano Bernard Law, acusado de acobertar alguns casos de padres pedófilos quando era arcebispo de Boston (Estados Unidos) entre os anos de 1984 e 2002, morreu nesta quarta-feira, aos 86 anos, em Roma.
Law tinha sido hospitalizado em Roma há alguns dias e morreu no começo início da manhã, de acordo com o escritório de imprensa do Vaticano.
O cardeal americano foi o principal acusado de encobrir alguns casos de abusos a centenas de menores por parte de padres da diocese de Boston, como revelou o jornal “The Boston Globe”, que o descreveu como “figura central” desse escândalo.
A história voltou a ser atualidade com o filme “Spotlight: Segredos Revelados” (2015), que narra a investigação jornalística que descobriu o caso.
O cardeal foi acusado de, durante décadas, não ter tomado medidas contra os sacerdotes que tinham sido denunciados reiteradamente por abusos sexuais e que se limitou muda-los de paróquia.
Bernard Francis Law nasceu, em 1931, em Torreón (México). Foi ordenado sacerdote em 1961, e em 1973 tornou-se bispo de Springfield-cape Girardeau (Missouri) e depois em 1984 foi promovido como arcebispo metropolitano de Boston (Massachusetts).
Em 1985, o papa João Paulo II o nomeou cardeal,
Após ser revelado o escândalo, Bernard Law se viu obrigado a apresentar sua renúncia como arcebispo de Boston, mas João Paulo II o enviou para Roma e o nomeou, em 2004, arcipreste da Basílica de Santa Maria Maggiore, uma das mais importantes de Roma.
Law manteve seu posto no Colégio Cardenalício e na Congregação para os Bispos para que pudesse participar do Conclave que escolheu o papa Bento XVI, em abril de 2005.
Durante todos esses anos, pediu para Bento XVI que lhe retirasse do cargo de arcipreste, que não tinham algum poder mas um grande prestígio, e só após completar 80 anos, em 2011, o papa alemão o substituiu pelo cardeal espanhol Santos Abril.
Durante todos estes anos, Law viveu no Vaticano e nunca se prestou a testemunhar conforme solicitado pela Justiça dos EUA e também não concedeu nenhuma entrevista.
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