‘Infodemia’: profissionais de saúde de 17 países assinam carta contra fake news sobre coronavírus
Profissionais de saúde do Brasil e de outros 16 países assinam uma carta, endereçada a executivos responsáveis pelas principais redes sociais do mundo, pedindo atitudes mais severas contra a circulação de notícias falsas sobre a pandemia do novo coronavírus. O texto chega a mencionar que, além da Covid-19, “enfrentamos também uma infodemia global”.
“Nosso trabalho é salvar vidas. Mas neste momento, além da pandemia, enfrentamos também uma infodemia global, com desinformações viralizando nas redes sociais e ameaçando vidas ao redor do mundo”, diz um trecho do documento, divulgado pela Avaaz.
Ele ainda traz uma série de exemplos de desinformação sobre o coronavírus que circulou na internet, como um boato que afirmava que a Covid-19 foi desenvolvida “como uma arma biológica pela China” e outro que dizia que a “cocaína era uma cura”.
Nesse sentido, propõe duas medidas para combater a disseminação das informações falsas. A primeira requer que a rede social corrija a publicação veiculada. “Para isso, devem alertar e notificar cada pessoa que viu ou interagiu com a desinformação sobre saúde em suas plataformas e compartilhar uma correção bem elaborada preparada por verificadores de fatos independentes”, pede.
A segunda é para as plataformas “desintoxicarem” seu algoritmo. “Isso quer dizer que o alcance das mentiras nocivas, assim como dos grupos e páginas que as compartilham, serão reduzidos no feed de notícias dos usuários, ao invés de amplificados.”
Desinformação veio antes do coronavírus
A carta lembra que o compartilhamento de desinformação sobre saúde já vinha acontecendo antes do surgimento do coronavírus e era relacionado, por exemplo, ao câncer e aos transtornos do espectro autista.
“Trabalhamos em hospitais, clínicas e departamentos de saúde públicos no mundo inteiro e estamos bastante familiarizados com os impactos reais desta infodemia. Somos nós que cuidamos dos bebês hospitalizados por sarampo, uma doença completamente prevenível, que já havia sido eliminada em países como os EUA, mas que agora ressurge graças, principalmente, às fake news anti-vacinação”, exemplificam os profissionais.
O documento é assinado por médicos, enfermeiros, cientistas, professores, epidemiologistas e institutos que atuam na área da saúde.
*Com Estadão Conteúdo
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