Caso Madeleine McCann: após 15 anos, justiça portuguesa indicia principal suspeito; relembre o caso

Crime estava prestes a ser prescritos; identidade do acusado não foi divulgada, mas trata-se de um pedófilo reincidente

  • Por Jovem Pan
  • 22/04/2022 15h36 - Atualizado em 22/04/2022 15h44
Divulgação Divulgação Caso Madeleine McCann já dura 16 anos

Após 15 anos do desaparecimento de Madeleine McCann, um suspeito foi indiciado na quinta-feira, 21, pela polícia portuguesa. Seguindo as pistas concedidas por investigadores alemães em 2020, a Justiça do país declarou formalmente que um homem, que não teve o nome revelado, é o responsável pelo desaparecimento de Maddie. O pedido de acusação foi realizado pela procuradoria portuguesa sem especificar a sua identidade ou a natureza das suspeitas que pesam sobre o acusado.

Há dois anos as autoridades alemãs afirmam que têm provas do homicídio de Madeleine, que desapareceu em Portugal aos 3 anos, e apontam como principal suspeito um pedófilo reincidente alemão, identificado como Christian B. “É óbvio que Portugal também tem suspeitas sobre ele”, mas “eu ficaria surpreso se da noite para o dia eles estivessem mais avançados na investigação do que nós aqui”, disse Hans Christian Wolters, porta-voz da Procuradoria de Brunswick, responsável pela parte alemã do caso. Friedrich Sebastian Fülscher, advogado que representa Christian B, declarou que “não devemos superestimar esta medida tomada pelas autoridades portuguesas”.

Em Portugal, casos com 15 anos são prescritos, e o de Madeleine, se não tivesse um indiciado até este ano, corria o risco de não ter uma resposta, já que completa o tempo máximo no dia 3 de maio. Fülscher, supõe que a “prescrição foi interrompida com esta medida” – o indiciamento de um suspeito. “O que aconteceu está relacionado com a prescrição. Basicamente, é um truque processual da acusação”, diz Gonçalo Amaral, ex-inspetor português responsável pelo caso, que foi demitido da força policial depois de acusar os pais da menina de matá-la acidentalmente e depois esconder seu corpo. Com o indiciamento, o processo continua em aberto. Em comunicado, o Ministério Público de Portugal disse que a medida não foi motivada pela data, mas sim por “fortes indícios” da prática de um crime.

Relembre o caso

No dia 3 de maio de 2007, Madeleine McCann, referida na imprensa britânica como “Maddie”, era dada como desaparecida pelos seus pais. A garota que estava prestes a completar quatro anos passava férias com a família na Praia da Luz, em Portugal. Em um primeiro momento, a polícia portuguesa trabalhou com a hipótese da garota ter sido sequestrada, mas acreditar que ela ainda estava viva. 23 dias depois do ocorrido, há indícios sobre uma suspeito: um homem que foi visto carregando uma criança. 100 dias após o desaparecimento os investigadores assumem que ela não deve estar viva.

Investigações foram conduzidas durante todos os anos, cheias de altos e baixos. O desaparecimento de Madeleine deu origem a uma campanha internacional excepcional para tentar encontrá-la. Após 14 meses de investigações, nas quais os pais chegaram a ser os principais suspeitos, a polícia portuguesa encerrou o caso em 2008. Ele foi reaberto cinco anos depois. Só em 2020, que o caso começou a se desenrolar. Com ajuda da polícia alemã, um prisioneiro de 43 anos foi identificado como suspeito. Os pais da menina agradeceram aos investigadores e declararam que tudo o que sempre quiseram foi encontrá-la, descobrir a verdade e levar os responsáveis à justiça, além do fato de que nunca perderam a esperança de encontrá-la viva.

*Com informações da AFP

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