Cerca de 200 mil pessoas retornam ao norte de Gaza após cessar-fogo de Israel

Segundo o Exército de Israel, suas tropas estão se posicionando ao longo das ‘linhas de retirada’ em preparação para a implementação do acordo

  • Por Jovem Pan
  • 10/10/2025 15h50 - Atualizado em 10/10/2025 19h15
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HASHEM ZIMMO/THENEWS2/ESTADÃO CONTEÚDO Israel permite que palestinos retornem ao norte de Gaza pela primeira vez em mais de um ano Cerca de 200.000 pessoas voltaram ao norte de Gaza desde o cessar-fogo

Israel anunciou nesta sexta-feira (10) a entrada em vigor do cessar-fogo em Gaza, após um acordo firmado com o movimento islamista Hamas. O pacto prevê também a libertação dos reféns israelenses mantidos no enclave dentro de um prazo de 72 horas. Com o início da trégua, anunciado pelo Exército israelense às 9h GMT (6h em Brasília), milhares de palestinos deslocados – cerca de 200 mil – começaram a retornar às suas casas, principalmente do sul para o norte da Faixa de Gaza. Muitos, no entanto, encontraram os bairros completamente destruídos após semanas de intensos bombardeios.

Segundo o Exército de Israel, suas tropas estão se posicionando ao longo das “linhas de retirada” em preparação para a implementação do acordo. A força militar alertou, porém, que algumas áreas seguem “extremamente perigosas”.

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O cessar-fogo e a libertação dos reféns foram aprovados na quinta-feira (9), após quatro dias de negociações indiretas mediadas pelo Egito. O entendimento segue um plano de 20 pontos proposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com o objetivo de encerrar dois anos de guerra na região. De acordo com o enviado especial da Casa Branca, Steve Witkoff, “o período de 72 horas para a liberação de reféns começou” após a confirmação da primeira fase da retirada israelense.

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que dos 48 reféns ainda detidos em Gaza, 20 estão vivos e 28 morreram. Em contrapartida, Israel deve libertar 250 detidos por razões de segurança e 1.700 palestinos presos desde outubro de 2023. Nenhum dos nomes divulgados na lista israelense pertence a lideranças da luta armada palestina. O acordo ocorre quase dois anos após o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, que deixou 1.219 mortos em Israel, em sua maioria civis. Desde então, a ofensiva israelense provocou mais de 67 mil mortes em Gaza, segundo dados do Ministério da Saúde do enclave, considerados confiáveis pela ONU.

Enquanto famílias israelenses aguardam com esperança o retorno dos reféns, milhares de palestinos atravessam um cenário de escombros e perda. “Este retorno está cheio de feridas e dor”, disse à AFP o deslocado Ameer Abu Iyadeh, de 32 anos, em Khan Yunis. “Só esperamos que a guerra acabe de uma vez por todas, para não termos que fugir nunca mais”, afirmou Mohamed Mortaja, de 39 anos, enquanto caminhava de volta à Cidade de Gaza.

Em nota conjunta, os governos da Alemanha, Reino Unido e França pediram ao Conselho de Segurança da ONU que apoie integralmente o plano de paz promovido pelos Estados Unidos. Paralelamente, a Associação de Imprensa Estrangeira em Jerusalém cobrou que Israel permita o acesso independente de jornalistas a Gaza, bloqueado desde o início da guerra.

*Com informações da AFP

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