Chanceler da Rússia culpa o Ocidente por considerar possível uma ‘guerra nuclear’

Segundo Serguei Lavrov, esse tipo de poder bélico não está na intenção dos russos atualmente e ‘nenhum tipo de provocação’ poderá levá-los a isso

  • Por Jovem Pan
  • 03/03/2022 08h29
  • BlueSky
Handout / RUSSIAN FOREIGN MINISTRY / AFP ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, culpou os países do ocidente por começarem a falar em guerra nuclear, considerando possível a situação no futuro e provavelmente se preparando para ela, depois do início da invasão da Ucrânia pelas Forças Armadas russas há uma semana. “Todo o mundo sabe que uma terceira guerra mundial só pode ser nuclear, mas eu gostaria de chamar a atenção: está na cabeça dos políticos ocidentais a ideia de uma guerra nuclear, não na cabeça dos russos (…) Asseguro-lhes que não permitiremos que nenhum tipo de provocação nos desequilibre”, afirmou Lavrov durante uma entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira, 3.

O chanceler russo declarou ainda que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, “tem experiência e sabe que não há alternativa às sanções, a não ser a guerra mundial”. O ministro russo também disse que seu país estava “pronto” para enfrentar as sanções impostas pelos Estados Unidos e pela União Europeia pela invasão da Ucrânia, mas que não esperava que elas visassem atletas, intelectuais, artistas e jornalistas. Ele advertiu que, apesar das medidas tomadas contra o país, “a Rússia tem muitos amigos e não pode ser isolada”.

Lavrov ainda fez diversas críticas contra aos Estados Unidos e à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), afirmando que a guerra foi provocada por eles e que a Rússia tenta se defender das articulações ocidentais por mais poder no leste europeu. O chefe da diplomacia russa voltou a ressaltar que a operação militar dos país contra os ucranianos visa, entre outras coisas, desarmar a Ucrânia e garantir que Kiev não se junte à Otan. “Não podemos permitir a presença de armas ofensivas na Ucrânia que ameacem nossa segurança”, disse Lavrov. Ele também insistiu no discurso de que as Forças Armadas russas estão atacando apenas alvos militares na Ucrânia, mas acrescentou que a expressão “dano colateral” é usada desde as guerras ocidentais no Iraque e na Líbia – referindo-se aos civis mortos na Ucrânia.

Não oferecendo nenhuma evidência, Lavrov disse que a Rússia tinha informações de que os Estados Unidos estavam preocupados com a perspectiva de perder o controle sobre o que ele descreveu como laboratórios químicos e biológicos na Ucrânia e acusou o Reino Unido de construir bases militares lá. Ele ainda acusou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, um judeu étnico, de presidir “uma sociedade onde o nazismo está florescendo”.

  • BlueSky

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.