Chanceler diz que pode levar 20 anos para resolver divisão na Catalunha

  • Por Jovem Pan
  • 21/09/2018 07h56
EFE/Enric Fontcuberta "Vai demorar muito, muito tempo. Se tivermos êxito, pode levar 20 anos", afirmou Borrell

O ministro das Relações Exteriores da Espanha, Josep Borrell, afirmou na quinta-feira, em Nova York, que resolver “com êxito” a divisão visível dentro da sociedade catalã desde que foi realizado o referendo em outubro do ano passado, pode levar “vinte anos”.

Durante uma conferência sobre a União Europeia, realizada na cidade americana, o ministro foi perguntado se estava otimista com relação à reconstrução da comunidade catalã como “uma só”.

“Vai demorar muito, muito tempo. Se tivermos êxito, pode levar 20 anos”, afirmou Borrell, lembrando que naquela convocação ilegal, votaram aproximadamente 47% dos catalães.

O ministro explicou que advertiu “várias vezes” aos promotores do referendo na Catalunha que “nenhum governo do mundo” reconheceria uma declaração unilateral de independência respaldada por esses números, e lamentou as consequências.

“Infelizmente, houve uma ruptura emocional, há pessoas na prisão que serão julgadas, a sociedade ficou dividida e há um confronto entre as pessoas”, resumiu.

Para o chanceler espanhol, “a única maneira de evitar que as coisas piorem é falar” sobre como encontrar uma saída, mas “se a única proposta for queremos independência”, afirmou: “Desculpe, não é isso que vamos aceitar”.

Borrell disse que o presidente do Governo da Espanha, Pedro Sánchez, “se ofereceu para redigir um novo Estatuto” de autonomia, mas antecipou que estará ligado a uma votação sobre “uma nova relação entre Espanha e Catalunha” que acarreta dificuldades pela situação na comunidade autônoma.

Para elaborar um novo Estatuto, destacou, é preciso que se estabeleça um acordo entre catalães para saber “com quem” se negocia, pois não há “duas identidades formadas” que representem claramente a Espanha e Catalunha.

No cenário catalão, ele apontou que “uma parte foi muito ativa” defendendo seu ponto de vista, com uma televisão “muito potente”, e a outra parte tem sido “silenciosa até certo momento”, mas também está lá e quer “ser ouvida”.

*Com informações da Agência EFE

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