Chanceler da Suécia defende estratégia do governo contra a Covid-19
A ministra das Relações Exteriores da Suécia, Ann Linde, defendeu nesta terça-feira (26) a atuação do governo diante da pandemia da Covid-19, a doença provocada pelo novo coronavírus. O país adotou uma estratégia mais branda, sem confinamento da população.
“É uma visão a longo prazo. Dizer que tudo corre como se não fizéssemos nada, é um mito. Não houve confinamento, mas sim, muitas restrições”, disse a chanceler, questionada sobre uma estratégia considerada mais flexível que a dos vizinhos nórdicos.
A taxa de mortalidade por cada 100 mil habitantes no país é de 39,26. O número é nove vezes maior do que o da Noruega, oito vezes superior ao da Finlândia, e quatro vezes ao da Dinamarca, embora seja bem menor do que os apresentados pelos mais afetados no mundo, casos de Espanha, Itália, Reino Unido. Em números absolutos, a Suécia tem 4.029 mortos em decorrência da Covid-19.
Embora nenhuma outra nação nórdica tenha decretado confinamento obrigatório da população, grande parte da vida pública foi paralisada por mais de um mês. Enquanto isso, a Suécia optou por dar recomendações para proteger mais idosos, apelar para a responsabilidade individual e fazer restrições de forma progressiva. Instituições de ensino foram fechadas, se proibiu visitas aos asilos e aglomerações de mais de 50 pessoas.
“No fundo, temos a mesma estratégias que o resto, que é tentar reduzir o contágio e o número de mortos, não saturar o sistema de saúde e minimizar os efeitos na economia”, disse Linde.
A ministra de Relações Exteriores garantiu que as curvas de contágios e de mortes estão em queda nas últimas semanas, e que não houve sobrecarga nas unidades de saúde, cujas unidades de terapia intensiva tiveram capacidade disponível que variou de 20% a 40%.
A chanceler, no entanto, admitiu que houve fracasso na tentativa de impedir a propagação do novo coronavírus nos asilos, já que 70% das mortes no país, segundo dados do governo, aconteceram nesses locais.
O objetivo das autoridades locais, no momento, é conseguir alcançar a marca de 100 mil testes semanais de detecção do novo coronavírus. No entanto, na semana passada, foram 29 mil, 4 mil a menos do que na anterior.
Apesar de críticas da oposição e no exterior, o índice de aprovação do governo chegou a 77%, superior ao registrado no ano passado.
*Com EFE
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