Chavistas elegem presidente do parlamento venezuelano em votação sem Guaidó

  • Por Jovem Pan
  • 05/01/2020 17h54 - Atualizado em 05/01/2020 17h56
EFE Enquanto Guaidó e seus aliados eram barrados, deputados governistas e um pequeno grupo de opositores, tachados de corruptos pelos principais críticos do governo de Nicolás Maduro, puderam entrar no local sem problemas.

Deputados chavistas da Assembleia Nacional da Venezuela, o parlamento do país, elegeram neste domingo Luis Parra como presidente do órgão após um breve debate que não contou com a presença de Juan Guaidó e outros opositores, impedidos durante horas pela polícia de entrar no Palácio Legislativo.

O deputado mais velho presente no plenário foi o responsável por presidir a sessão que elegeu Parra, um processo que a equipe de Guaidó, considerado por mais de 50 países como presidente interino da Venezuela e até então líder da Assembleia Nacional, classificou como um “golpe ao parlamento”.

A oposição diz que não havia o quórum necessário para que a votação ocorresse.

Antes da sessão, esperada há meses por representar uma nova queda de braço entre o governo da Venezuela e a oposição, a Polícia Nacional Bolivariana e a Guarda Nacional Bolivariana cercaram o Palácio Legislativo, impondo uma série de barreiras para impedir a entrada de Guaidó e outros deputados.

Enquanto Guaidó e seus aliados eram barrados, deputados governistas e um pequeno grupo de opositores, tachados de corruptos pelos principais críticos do governo de Nicolás Maduro, puderam entrar no local sem problemas.

A eleição de Parra, ex-integrante do Primeiro Justicia (PJ), foi exibida ao vivo na emissora estatal “VTV”, que nunca transmite as sessões da Assembleia Nacional. Perto do fim da sessão, deputados da oposição conseguiram chegar ao plenário e, aos gritos, tentavam impedir a votação.

Do lado de fora, Guaidó tentava, sem sucesso, entrar no Palácio Legislativo. Inclusive, o líder da oposição tentou, com ajuda de simpatizantes, pular uma grade que protege o prédio, mas foi impedido pelas forças de segurança.

O coordenador do PJ e delegado de Guaidó para as Relações Exteriores da Venezuela, Julio Vorges, disse que a “ditadura elegeu sem quórum uma direção (da Assembleia Nacional) ilegal e inconstitucional”.

“Eles não representam o povo venezuelano. É uma manobra para impor um grupo de cúmplices de Maduro e seu regime na Assembleia Nacional”, escreveu Borges no Twitter.

O partido Vontade Popular, do qual Guaidó faz parte, afirmou que o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), liderado por Maduro, elegeu uma “direção falsa” para liderar a Assembleia Nacional.

“Isso é um golpe ao parlamento”, afirmou a legenda.

*Com informações da EFE

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