Covid-19: Chile tem pico de casos diários e Santiago entra em quarentena

Ao contrário de outros países, o governo rejeitou desde o início o confinamento nacional e o fechamento completo da economia e optou por ‘isolamentos seletivos e estratégicos’

  • Por Jovem Pan
  • 13/05/2020 15h15 - Atualizado em 14/05/2020 07h29
  • BlueSky
EFE/Alberto Valdés coronavirus-chile Entre ontem e hoje foram registradas 12 mortes por Covid-19, subindo para 347 as vítimas no país

O Chile registrou nesta quarta-feira (13) um total de 2.660 novos casos da Covid-19, representando um aumento de 60% nas últimas 24 horas. Isso forçou as autoridades a decretar uma quarentena obrigatória em toda a capital Santiago e seus arredores, principais focos de infecções.

“O mês de maio está sendo muito difícil para o nosso país e precisamos tomar as medidas apropriadas no momento certo para conter a doença”, disse o ministro da Saúde, Jaime Mañalich.

Este é o maior pico de novos casos diários desde que o primeiro contágio foi detectado no país, em 3 de março, e eleva o número total de infectados para 34.381, dos quais cerca de 15 mil já se recuperaram.

Além disso, entre ontem e hoje foram registradas 12 mortes por Covid-19, subindo para 347 as vítimas no país — a maioria na capital –, onde especialistas dizem que os hospitais estão com 85% de sua capacidade cheia.

Ao contrário de outros países da América do Sul, como Argentina e Colômbia, o governo chileno rejeitou desde o início o confinamento nacional e o fechamento completo da economia e optou por “quarentenas seletivas e estratégicas”, com restrições impostas a cada cidade de acordo com o número de infecções.

Santiago

Esta é a primeira vez desde o início da pandemia que a chamada “Grande Santiago”, composta por 32 bairros, entra em quarentena ao mesmo tempo. Inicialmente, estavam confinadas as zonas orientais e, mais recentemente, as periferias.

A medida anunciada, que entrará em vigor na sexta-feira a partir das 22h (hora local), afeta cerca de 8 milhões de pessoas e foi solicitada por diferentes prefeitos e organizações médicas nos últimos dias.

“Essas medidas são necessárias, mas são dolorosas, podem ser terríveis e temos que estar presente para ajudar os grupos mais vulneráveis”, disse o ministro, que também anunciou a proibição da circulação nas ruas de pessoas acima de 75 anos.

O Chile está em estado de emergência, com toque de recolher a partir das 22h (hora local), desde meados de março, com escolas, universidades e fronteiras fechadas, assim como a maioria das empresas não essenciais.

Os novos casos haviam se estabilizado em cerca de 500 por dia no final de abril e as autoridades já estavam falando em ultrapassar o pico de contágio e regressar à normalidade, mas desde o início de maio o país vem registrando um aumento significativo, acima de 1 mil.

* Com EFE

  • BlueSky

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.