Chile define prazo para polícia esclarecer violações aos direitos humanos

  • Por Jovem Pan
  • 27/11/2019 10h18
EFE o diretor da ONG Human Rights Watch para as Américas, José Miguel Vivanco, pediu uma reforma urgente da corporação policial

O governo do Chile deu um prazo de uma semana para que a polícia esclareça as denúncias de violações aos direitos humanos cometidas durante as manifestações sociais, que acontecem no país há mais de um mês. O anúncio foi feito nesta terça-feira (26), horas após a ONG Human Rights Watch (HRW) acusar a corporação chilena de uso excessivo da força e abusos contra detidos.

A subsecretária dos Direitos Humanos, Lorena Recabarren, explicou que a direção dos Carabineros (como é chamada a polícia nacional do Chile) ficou encarregada de “revisar profundamente as atuações que se afastam do estabelecido nos protocolos e que significaram questionamentos e denúncias”. O relatório deverá ser apresentado dentro de uma semana e incluir “propostas com medidas de correção, assinalando as instruções e sanções correspondentes”.

A HRW divulgou, também nesta terça-feira, as conclusões da visita feita ao Chile e pediu ao governo uma reforma urgente da corporação policial após ter constatado graves violações aos direitos humanos. “Fatores como o uso indiscriminado e indevido de armas antidistúrbios, abusos contra pessoas detidas e sistemas de controle interno deficientes facilitaram a ocorrência de graves violações dos direitos de muitos chilenos”, disse o diretor da HRW para as Américas, José Miguel Vivanco.

Entenda os protestos

As revoltas no Chile, as mais graves desde o retorno da democracia, em 1990, já deixaram 23 mortos e 2.800 feridos, entre eles 232 com sérias lesões oculares por disparos de projéteis no rosto.

A polícia anunciou, na semana passada, a suspensão temporária do uso de projéteis para controlar as manifestações após o surgimento de dúvidas sobre a composição real das munições. A Universidade do Chile afirmou que as balas não eram apenas de borracha, que também continham chumbo, o que pode explicar o alto número de feridos.

O Ministério Público local informou que já iniciou 2.670 investigações contra as forças de segurança por supostas violações aos direitos humanos, entre elas lesões por armas de fogo, tortura e violência sexual.

*Com informações da Agência EFE

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